Você já ouviu falar que a borra de café é um ótimo adubo para as plantas? Essa ideia é popular — e com razão. Rica em nitrogênio, fósforo, potássio e antioxidantes, a borra pode ser um verdadeiro “superalimento” vegetal quando usada corretamente. No entanto, nem todas as espécies se beneficiam desse resíduo. Algumas, na verdade, podem até sofrer com seu uso. Saber quais plantas amam a borra de café e quais devem passar longe dela faz toda a diferença para manter seu jardim saudável e cheio de vida.

6 plantas que amam borra de café e outras que você deve manter longe
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Plantas que gostam de borra de café

Hortênsia e azaleia: apaixonadas por solo ácido

Se você cultiva hortênsias ou azaleias, a borra de café é sua aliada. Essas espécies florescem melhor em solos levemente ácidos, e a borra ajuda a manter o pH ideal. Com o uso contínuo, as flores podem até mudar de tonalidade, como é o caso da hortênsia, que ganha tons azulados mais intensos com a acidificação do solo.

Samambaia: folhas mais verdes com a borra de café

A samambaia responde muito bem ao uso moderado da borra. Suas folhas tendem a crescer mais viçosas e com coloração verde vibrante graças à dose extra de nitrogênio. Misture a borra já seca ao substrato ou polvilhe diretamente sobre a terra, uma vez a cada 15 dias.

Tomateiros e pimenteiras: mais produtividade no vaso

Para quem cultiva tomates e pimentas em vasos, o uso da borra de café pode estimular a floração e o surgimento de frutos. Além de fornecer nutrientes, ela melhora a textura do solo e afasta pragas como formigas e caracóis, comuns em hortas caseiras.

Roseiras: floração intensa

As rosas são exigentes, mas amam uma terra bem nutrida. A borra, aplicada em pequena quantidade ao redor da planta, pode contribuir para um florescimento mais robusto e prolongado. O ideal é combinar com outros resíduos orgânicos, como casca de ovo e casca de banana.

Plantas que devem evitar a borra de café

Cactos e suculentas: risco de apodrecimento

Embora resistentes, cactos e suculentas não toleram solos constantemente úmidos ou muito compactados. Como a borra de café tem textura fina e retem umidade, ela pode prejudicar a drenagem, favorecendo o surgimento de fungos e o apodrecimento das raízes.

Alecrim e lavanda: precisam de solo alcalino

Espécies como alecrim, lavanda e sálvia preferem um solo mais alcalino e bem drenado. A borra de café, por ser ácida, altera o pH do solo de forma negativa para essas plantas, enfraquecendo o crescimento e comprometendo o aroma característico de suas folhas.

Orquídeas: raízes aéreas sensíveis

As orquídeas, especialmente as do gênero Phalaenopsis, absorvem nutrientes pelas raízes expostas ao ar. Aplicar borra de café diretamente nelas pode causar entupimento dos poros da planta, dificultando a respiração e levando à deterioração das raízes.

Lírios e gladíolos: sensibilidade ao excesso de matéria orgânica

Embora belas e exuberantes, essas flores têm raízes sensíveis a solos pesados e excesso de matéria orgânica. A borra de café pode provocar um acúmulo de umidade ao redor dos bulbos, favorecendo o surgimento de fungos e apodrecimento.

6 plantas que amam borra de café e outras que você deve manter longe
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Como usar a borra de café corretamente

Mesmo para plantas que se beneficiam da borra, o uso precisa ser consciente. Evite exageros. Uma colher de sopa a cada duas semanas já é o suficiente para a maioria das espécies. A borra deve estar seca para evitar o crescimento de mofo e ser incorporada levemente ao solo, sem formar crostas.

Você também pode compostar a borra antes de aplicá-la nas plantas. Misturada com folhas secas, cascas de frutas e outros resíduos orgânicos, ela enriquece o composto e acelera o processo de decomposição.

Outros usos da borra no jardim

Além de fertilizante, a borra serve como repelente natural contra pragas. Ela pode ser espalhada em pequenos montes ao redor das plantas para afastar lesmas e caracóis. Também atua como condicionador de solo, melhorando a estrutura e promovendo a retenção de umidade em solos muito arenosos.

Outra aplicação interessante é o uso da borra como tinta natural para vasos de barro ou madeira, criando um efeito envelhecido e rústico, ideal para decorações externas.

Quando a borra vira vilã

Mesmo em plantas que gostam de borra, o acúmulo pode prejudicar. Excesso de nitrogênio causa folhas bonitas, mas sem flores. Além disso, se a borra não for bem incorporada ao solo, ela pode formar uma crosta dura que impede a oxigenação e a absorção de água. Evite também usá-la em dias chuvosos, pois o excesso de umidade prolongada cria um ambiente propício para fungos e mau cheiro.

A dica final é observar. Cada planta reage de forma única, então teste, acompanhe e ajuste conforme necessário. Com equilíbrio, a borra de café pode ser uma aliada valiosa no cultivo de um jardim saudável e produtivo.