Estalos na geladeira parecem mais altos quando a casa silencia, e é comum pensar que algo vai quebrar a qualquer momento. A boa notícia é que, na maioria das vezes, esses ruídos fazem parte da rotina de funcionamento e dizem muito sobre o que acontece dentro do eletro. Entender por que surgem, quando são normais e em que momento indicam defeito evita sustos, gastos desnecessários e até perdas de alimentos.

Estalos na geladeira: quando é normal e quando se preocupar
Em funcionamento, a geladeira passa por ciclos de resfriamento e degelo que provocam pequenas contrações e dilatações nas peças internas. Essa variação térmica gera estalos na geladeira, principalmente no início e no fim de cada ciclo. O gás refrigerante circulando pelos tubos também pode “pipocar”, enquanto o compressor liga e desliga conforme a temperatura programada no termostato. Em modelos frost free, o sistema de descongelamento automático aquece uma resistência por alguns minutos; ao esfriar novamente, as peças retornam ao lugar e pequenos estalos reaparecem — é o comportamento esperado.
Outro fator é o ambiente. Em noites frias, a diferença de temperatura entre o interior e o exterior aumenta, acelerando ciclos e comprimindo materiais — daí os estalos na geladeira soarem mais presentes. Piso irregular ou móveis encostados amplificam vibração, como uma caixa de ressonância. Vale também conferir a voltagem e o filtro de linha: quedas na rede fazem o compressor tentar partidas sucessivas, o que gera ruídos extras e encurta a vida útil do conjunto.
Dilatação térmica e degelo automático
Paredes plásticas, prateleiras de vidro, suportes metálicos e o gabinete externo expandem e retraem com o frio e o calor. Essa dança de materiais explica por que os estalos aparecem mais à noite: o ambiente fica mais silencioso e a nossa atenção se volta para eles. Em dias de muito abre-fecha, o aparelho trabalha mais para recuperar a temperatura, intensificando o ciclo e, com ele, os sons. Se o eletro está nivelado, com espaço para ventilação e vedação ok, esses estalos tendem a diminuir após algumas horas.
Para reduzir ainda mais a percepção, evite encostar potes e bandejas diretamente nas paredes internas; ao esquentar e esfriar, o contato rígido ressalta cliques e estalinhos. Outra dica é checar o modo de temperatura: muitas pessoas deixam no máximo sem necessidade. Ajustar um ponto para baixo alivia o esforço do sistema e suaviza os ruídos.
Ajustes simples para reduzir barulho
Comece pelo básico: pise firme com os quatro pés no chão, nivelando o aparelho com um nível ou usando as regulagens frontais. Afaste a geladeira da parede de 5 a 10 cm para melhorar a ventilação. Verifique a borracha da porta; se estiver torta ou ressecada, o motor trabalha mais e os estalos na geladeira podem aumentar. Organize alimentos sem encostar no duto de ar, evitando obstruções que prolongam ciclos. Limpe o dreno com cotonete e água morna; gelo ou sujeira ali geram estalos extras durante o degelo.
Observe também o posicionamento na cozinha. Superfícies ocas ou móveis de madeira finos funcionam como caixa acústica. Uma pequena mudança de lugar, um tapete de borracha sob os pés traseiros ou feltros anti-vibração podem fazer diferença. E nada de apoiar objetos sobre o topo do aparelho: além de prejudicar a dissipação de calor, eles vibram e multiplicam o barulho.
Quando chamar assistência e o que relatar
Alguns sinais pedem avaliação profissional. Estalos na geladeira acompanhados de cheiro de queimado, aquecimento exagerado nas laterais, luz interna piscando, água acumulada no fundo ou queda brusca de desempenho não são normais. Rangidos metálicos contínuos podem indicar fixações soltas; batidas secas e frequentes logo após o compressor ligar sugerem calços desgastados. Vibração alta encostando no móvel ou na parede transforma ruído comum em barulho grave. Se notar mudança repentina no padrão de som, anote horários e situações.
Ao acionar a assistência, registre quando surgem os estalos na geladeira (logo ao ligar, durante o degelo, após abrir a porta, em noites mais frias), grave um vídeo curto e informe marca, modelo e tempo de uso. O técnico avaliará o nivelamento, o estado das borrachas, a passagem do dreno, a fixação da tubulação e o funcionamento de termostato, ventoinha e compressor. Em muitos casos, um reaperto, a troca de um calço, a limpeza do duto ou a reprogramação da temperatura resolvem o incômodo sem grandes custos.
À noite, tudo parece mais intenso — inclusive os estalos na geladeira. Saber diferenciar ruído de funcionamento de ruído-sintoma dá controle e evita prejuízos. Mantenha o aparelho nivelado, limpo e com boa circulação de ar, siga uma rotina leve de manutenção e fique atento a mudanças repentinas de comportamento. Assim, você dorme em paz e o eletro trabalha no ritmo certo, bem tranquilo.