Você já entrou em um ambiente e sentiu aquele cheiro úmido e sufocante? O mofo em casa não é apenas um detalhe incômodo: trata-se de um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), viver em ambientes úmidos e mofados aumenta significativamente o risco de doenças respiratórias, como asma, bronquite e alergias. O detalhe mais alarmante é que um estudo publicado pela Environmental Health Perspectives mostrou que falhas simples de ventilação podem elevar em até 50% a presença de fungos dentro das residências.

Mofo em casa: os erros de ventilação mais comuns
Muita gente acredita que basta abrir as janelas por alguns minutos para manter o ar limpo. Mas a realidade é mais complexa. O mofo em casa aproveita brechas invisíveis no dia a dia: ambientes úmidos sem renovação de ar, vedação excessiva de portas e janelas e até o uso incorreto de ar-condicionado.
O Brasil, por ser um país com clima predominantemente quente e úmido, é especialmente vulnerável à proliferação de fungos domésticos. E a ventilação inadequada funciona como combustível para esse crescimento silencioso.
O impacto do ar parado nos ambientes
O Ministério da Saúde já destacou que o ar parado é um dos maiores facilitadores da proliferação de fungos. Quando não há circulação constante, a umidade se acumula, favorecendo o aparecimento das típicas manchas pretas em paredes, tetos e até móveis.
Pesquisas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) apontam que a falta de ventilação pode dobrar a concentração de esporos no ar interno. Isso significa que, mesmo sem enxergar o mofo, você já pode estar respirando partículas nocivas que comprometem o bem-estar.
Como o excesso de vedação favorece o mofo
Na busca por isolamento acústico ou térmico, muitos moradores acabam criando uma espécie de “caixa fechada”. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em estudos sobre qualidade do ar, já demonstrou que a vedação excessiva reduz drasticamente a renovação natural, criando o cenário perfeito para que o mofo se multiplique.
Além disso, especialistas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alertam que o uso constante de ar-condicionado sem manutenção correta intensifica o problema, já que os filtros acumulam esporos e redistribuem o ar contaminado pelo ambiente.
Ambientes úmidos e o risco silencioso para a saúde
A OMS estima que cerca de 20% das residências no mundo apresentam algum nível de umidade que favorece o mofo. No Brasil, dados da Fiocruz revelam que a incidência é ainda maior em regiões costeiras e no período de chuvas intensas.
Os riscos vão muito além de paredes manchadas. Pessoas expostas ao mofo em casa podem desenvolver ou agravar doenças respiratórias. Crianças e idosos são os mais vulneráveis: um estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology demonstrou que a exposição contínua ao mofo aumenta em até 30% as crises de asma em crianças predispostas.
Estratégias práticas para reduzir o mofo
A boa notícia é que corrigir esses erros não exige grandes investimentos. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) recomenda práticas simples, como permitir a entrada de luz solar, abrir janelas em horários de menor umidade e manter móveis afastados das paredes.
Outra estratégia, apontada em relatórios da EPA, é instalar exaustores em áreas críticas como banheiros e cozinhas, garantindo a eliminação do vapor acumulado. Para quem vive em regiões muito úmidas, os desumidificadores se tornaram aliados indispensáveis, reduzindo a umidade relativa do ar e impedindo o crescimento dos fungos.
Plantas purificadoras, como espada-de-são-jorge e jiboia, também ajudam a melhorar a qualidade do ar, embora não substituam a ventilação.
O mofo em casa é um problema que cresce em silêncio, mas que pode ser prevenido com ajustes simples na rotina. Ao corrigir erros de ventilação, você não apenas protege a estrutura da sua casa, mas, sobretudo, a saúde de quem vive nela.