Um dos pilares para a vida em sociedade é a comunicação entre os indivíduos. No dia a dia, os seres humanos se envolvem em centenas de conversas, seja em casa, na rua, no trabalho, na escola ou na faculdade. Entretanto, todo círculo social tem uma pessoa que sempre interrompe a fala de alguém, prejudicando a conversa e muitas vezes frustrando o grupo.

O senso comum nos diz que interromper uma conversa é considerado falta de educação. Entretanto, você já parou para se perguntar por que essas pessoas fazem isso? Ao RIC.com.br, o psicólogo Allan Assaf explicou que diversos fatores podem justificar este comportamento.
“Esse comportamento pode não ser desrespeitoso de forma intencional, mas sim um reflexo da maneira como a pessoa processa e responde às interações sociais”, disse.
Entusiasmo
Assaf explica que em alguns casos, a pessoa pode estar simplesmente muito entusiasmada com um assunto e não consegue se conter ao ritmo da conversa. Desta forma, acaba interrompendo a fala de outras pessoas por sentir a necessidade de contribuir com as próprias ideias.
Impulsividade
Uma pessoa impulsiva, assim como a entusiasmada, sente a necessidade imediata de expor os próprios pensamentos em uma conversa. Segundo o psicólogo, pessoas diagnosticadas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) tendem a apresentar este comportamento por apresentarem dificuldades de acompanhar linhas de raciocínio e o autocontrole.
Estresse e ansiedade
O estresse e a ansiedade também podem ser apontados como possíveis causas para uma pessoa com o costume de interromper conversas. Assaf diz que esses problemas causam a aceleração do raciocínio, gerando a sensação de que urgência para falar.

Traços de dominância
O psicólogo explica que pessoas com traços de dominância sobre as outras apresentam dificuldades para entender o ponto de vista dos outros. Nesses casos, interromper uma conversa pode estar relacionado a narcisismo ou falta de empatia.
Fatores culturais
Assaf explica que experiências de vida impactam muito na construção mental, psicológica e corpotamental de cada um. Pessoas que cresceram em um ambiente com muita competição por atenção podem desenvolver o hábito de interromper uma conversa como um mecanismo aprendido.
Além disso, o psicólogo diz que é importante conhecer o contexto cultural de cada pessoa, pois conceitos sobre um mesmo comportamento podem ser distintos em diferentes lugares do mundo.
“Em algumas culturas conversas com falas sobrepostas são vistas como normais e até sendo incentivadas, enquanto em outras, esperar a vez de falar é um sinal de respeito”, diz.
*Com supervisão de Jorge de Sousa
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