Plantas que mais eliminam impurezas não são apenas detalhe de decoração: elas funcionam como filtros vivos capazes de melhorar a qualidade do ar. Um estudo realizado pela NASA, que originalmente buscava alternativas para manter o ar limpo em estações espaciais, comprovou que algumas espécies removem poluentes invisíveis como benzeno, formaldeído e tricloroetileno. O que muitos não sabem é que essas mesmas plantas, além de cientificamente validadas, são extremamente fáceis de encontrar e se adaptam muito bem ao clima brasileiro.
Se você já sentiu dores de cabeça inexplicáveis, sono pesado ou desconforto em ambientes fechados, pode estar diante de um problema silencioso: a poluição interna. Pinturas, móveis de MDF, produtos de limpeza e até cortinas liberam compostos que se acumulam no ar. A boa notícia é que algumas plantas comuns conseguem reduzir essa carga e ainda trazem um toque natural para dentro de casa.
Plantas que mais eliminam impurezas: respaldo científico
Em 1989, a NASA divulgou o relatório “A Study of Interior Landscape Plants for Indoor Air Pollution Abatement”, no qual testou diferentes espécies em câmaras controladas. Os cientistas observaram que, em poucas horas, certas plantas absorviam quantidades significativas de poluentes químicos presentes no ar. A explicação não está apenas nas folhas: raízes e microrganismos do solo colaboram nesse processo.
Apesar de os resultados de laboratório indicarem a necessidade de várias plantas para grandes ambientes, o impacto na vida real vai além dos números. Essas espécies melhoram a umidade relativa, suavizam odores, reduzem a sensação de ar pesado e contribuem para o bem-estar emocional, comprovando que a natureza pode ser aliada da saúde mesmo em áreas urbanas.
Espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata)
Origem
A espada-de-são-jorge é nativa da África Ocidental, especialmente Nigéria e Congo. Foi trazida para diferentes partes do mundo por sua resistência e também por seu simbolismo de proteção. No Brasil, tornou-se comum em jardins, varandas e até em escritórios, por sobreviver mesmo em condições adversas.
Papel no estudo da NASA
A espécie se destacou por remover formaldeído e benzeno, além de liberar oxigênio durante a noite, algo raro entre as plantas. Essa característica faz dela uma opção ideal para quartos.
Dicas de cultivo
- Regue apenas quando o solo estiver seco; o excesso de água apodrece as raízes.
- Tolera sol pleno, mas cresce bem também em meia-sombra.
- Use substrato bem drenado, de preferência arenoso.
- Pode ser multiplicada facilmente por divisão das touceiras ou folhas.
- Quase não exige adubação, mas responderá bem a fertilizantes ricos em nitrogênio.
Lírio-da-paz (Spathiphyllum spp.)
Origem
Originário das regiões tropicais da América Central e do Sudeste Asiático, o lírio-da-paz ganhou fama no mundo todo pela beleza de suas flores brancas e pela facilidade de cultivo em sombra. No Brasil, é comum em interiores, jardins sombreados e até escritórios.
Papel no estudo da NASA
Foi apontado como um dos mais eficazes na absorção de formaldeído, benzeno e tricloroetileno. É também conhecido por melhorar a umidade do ambiente, já que transpira bastante.
Dicas de cultivo
- Prefere sombra ou luz indireta; sol direto pode queimar as folhas.
- Regue com frequência para manter o solo úmido, mas evite encharcar.
- A cada dois anos, faça a divisão da touceira para renovar a planta.
- Adube no início da primavera para estimular florescimento.
- Indica falta de água quando suas folhas murcham levemente, funcionando como “alerta natural”.
Jiboia (Epipremnum aureum)
Origem
A jiboia é nativa das florestas do Sudeste Asiático e ilhas do Pacífico, onde cresce como trepadeira em troncos de árvores. Sua rusticidade e beleza a tornaram uma das plantas ornamentais mais populares do mundo. No Brasil, é comum em vasos suspensos, jardins verticais e ambientes internos.
Papel no estudo da NASA
Mostrou grande eficiência na absorção de formaldeído e xileno, poluentes associados a colas, solventes e tintas. Seu crescimento rápido permite criar paredes verdes e preencher espaços de forma prática.
Dicas de cultivo
- Pode ser cultivada em solo ou em água, o que facilita sua propagação.
- Adapta-se a luz indireta, mas também tolera ambientes menos iluminados.
- Prefere regas moderadas; deixe a camada superior do solo secar antes de molhar de novo.
- Pode ser guiada como trepadeira ou deixada crescer pendente em vasos suspensos.
- Suas folhas indicam saúde: quando pequenas e sem manchas, precisam de mais luz.
Como posicionar e potencializar os efeitos
Para aproveitar ao máximo as plantas que mais eliminam impurezas, vale pensar estrategicamente na disposição dentro de casa. A espada-de-são-jorge pode ficar em quartos para melhorar a qualidade do sono; o lírio-da-paz se adapta muito bem a salas de estar, trazendo frescor e sofisticação; e a jiboia pode decorar cozinhas, escritórios ou varandas, seja suspensa ou trepadeira.
É recomendável combinar espécies diferentes, criando um “ecossistema verde” em diferentes cômodos. A diversidade aumenta a chance de absorver diferentes tipos de poluentes e amplia o efeito estético. Além disso, manter as folhas limpas é essencial: o acúmulo de poeira dificulta a fotossíntese e reduz a capacidade de filtrar o ar.
Mais do que purificação: benefícios emocionais
Embora a NASA tenha focado nos aspectos químicos, não podemos ignorar o impacto psicológico dessas plantas. Estudos em psicologia ambiental comprovam que o contato visual e físico com o verde reduz níveis de estresse, melhora a concentração e eleva o humor. Em cidades onde a poluição é rotina, ter um espaço verde dentro de casa se torna um refúgio particular.
Cuidar de um lírio-da-paz florescendo, ver a espada-de-são-jorge resistir mesmo esquecida em um canto ou observar a jiboia crescendo rápido e enchendo a parede de vida cria uma conexão que vai além da saúde. É uma experiência de pertencimento e de equilíbrio, algo que só a natureza consegue oferecer.