Você já ouviu o som das folhas se movendo em silêncio, como se a própria natureza estivesse orando? Essa é a sensação mágica que muitas pessoas têm ao observar a calatéia, mais conhecida como “planta rezadeira”. De repente, ao final da tarde, suas folhas se erguem em direção ao alto, como mãos em prece, criando um espetáculo natural que fascina desde jardineiros iniciantes até colecionadores apaixonados. Mas, além do simbolismo espiritual, esta planta guarda segredos práticos que podem transformar a forma como você cuida das suas plantas dentro de casa.

Calatéia e o apelido de planta rezadeira
A calatéia recebeu o apelido de planta rezadeira devido ao movimento circadiano de suas folhas, que se abrem durante o dia para captar a luz e se fecham à noite como se estivessem orando. Esse fenômeno é conhecido cientificamente como nictinastia e está ligado à resposta natural da planta à variação de luz.
Em diversos países, como Brasil, Estados Unidos e Índia, essa característica é associada a espiritualidade, proteção e harmonia dentro dos lares. Algumas tradições acreditam que a calatéia purifica não apenas o ar, mas também as energias, sendo cultivada em altares ou em locais de descanso da família.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a calatéia também se destaca pela sua capacidade de adaptação em ambientes internos, desde que receba luz indireta e boa umidade no ar. Já o Jardim Botânico do Rio de Janeiro a inclui entre as espécies tropicais de maior interesse ornamental por sua folhagem única e comportamento marcante.
Segredos para manter a calatéia sempre vibrante
Cuidar da calatéia exige atenção a detalhes que podem parecer simples, mas fazem toda a diferença no desenvolvimento saudável dessa planta. O primeiro segredo está na iluminação: ela não tolera luz solar direta, que queima suas folhas, mas se desenvolve muito bem em locais com claridade difusa, como perto de janelas com cortinas leves.
Outro ponto fundamental é a rega. A calatéia adora solo úmido, mas não encharcado. O ideal é verificar a camada superficial da terra e regar assim que começar a secar. Usar água filtrada ou da chuva ajuda a evitar manchas nas folhas, já que o excesso de cloro da torneira pode ser prejudicial.
Além disso, a umidade do ar é crucial. Ambientes secos podem deixar as bordas das folhas amarronzadas. Um truque simples é pulverizar água ao redor da planta ou colocar um prato com pedras e água sob o vaso, sem que o fundo toque diretamente no líquido.
Variações que encantam colecionadores
A família da calatéia é vasta e apresenta uma diversidade impressionante de padrões e cores. Entre as mais populares estão:
- Calathea ornata, com riscos finos e rosados nas folhas verdes escuras.
- Calathea makoyana, apelidada de “pena de pavão” por suas manchas delicadas.
- Calathea lancifolia, de folhas longas e estreitas, com desenhos que lembram pinceladas.
Essas variações não apenas embelezam ambientes, mas também ampliam a sensação de conexão com a natureza. É como ter pequenas obras de arte vivas espalhadas pela casa, cada uma com sua identidade.
A simbologia da calatéia no mundo
Em algumas culturas, acredita-se que a calatéia representa renovação e espiritualidade. Nos Estados Unidos, a NASA, em um estudo sobre plantas e purificação do ar, já destacou a capacidade de espécies tropicais, como a calatéia, em ajudar na filtragem de poluentes internos. Ainda que não seja a campeã do ranking, sua presença em casas e escritórios contribui para um ambiente mais saudável e acolhedor.
No Brasil, muitas famílias associam a calatéia à harmonia no lar, cultivando-a em salas e varandas como forma de atrair boas energias. Já em países asiáticos, ela aparece em rituais de meditação e oração, reforçando seu apelido de “planta rezadeira”.
Mais do que decoração: uma planta que inspira
A calatéia não é apenas uma planta bonita; ela é uma lembrança diária de que a vida se move em ciclos, assim como suas folhas que se abrem e se fecham em sintonia com o tempo. Cuidar dela é mais do que uma tarefa de jardinagem — é um convite para desacelerar, observar e se reconectar com a natureza dentro de casa.
Se você ainda não tem uma calatéia, talvez seja o momento de adotar essa “rezadeira” para sua coleção. E, se já tem, lembre-se de que cada detalhe do cuidado é uma forma de fortalecer essa relação silenciosa que existe entre você e a planta.