O papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. A última aparição aconteceu neste Domingo de Páscoa (20) para abençoar as milhares de pessoas na Praça São Pedro, na Itália.

O pontífice arrancou vivas e aplausos da multidão. Francisco estava em fase de recuperação de um grave episódio de pneumonia bilateral.
“Irmãos e irmãs, feliz Páscoa!”, disse Francisco, com uma voz que soou mais forte do que a apresentada quando deixou o hospital. Segundo o Vaticano, ao menos 35 mil pessoas participaram da missa no local, especialmente adornado com narcisos, tulipas e outras flores doadas pelos Países Baixos.
Francisco não celebrou a missa de Páscoa na praça, deixando a tarefa para o cardeal Angelo Comastri, o arcipreste aposentado da Basílica de São Pedro. Mas, após o término da celebração, o pontífice apareceu na varanda do balcão acima da entrada da basílica. As milhares de pessoas abaixo vibraram, enquanto uma banda militar começou uma sequência de hinos da Santa Sé e da Itália. Comastri, por sua vez, agradeceu o papa: “Obrigado por despertar a nossa fé!”.
Francisco acenou da varanda e depois pediu a um assistente que lesse seu discurso. A homilia preparada pelo papa enfatizou como Cristo ressuscitado remete à esperança.
“Irmãos e irmãs, aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com ele na alegria, para sempre”, conforme escreveu.
A caminho da basílica, Francisco se encontrou brevemente com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que está passando a Páscoa em Roma com a família.
Morte do papa Francisco: aparições públicas
Francisco só apareceu em público algumas vezes desde que retornou ao Vaticano, em 23 de março, após uma hospitalização de 38 dias. Ele não participou das solenidades da Sexta-Feira Santa e do Sábado Santo, mas o folheto da missa e os planos litúrgicos publicados pelo Vaticano já adiantavam sua aparição neste domingo.
A Páscoa é o momento mais alegre no calendário litúrgico cristão, quando os fiéis celebram a ressurreição de Cristo após sua crucificação. Este ano, a Páscoa é celebrada no mesmo dia por católicos e cristãos ortodoxos, e tem sido marcada pelo anúncio da Rússia de uma trégua temporária em sua guerra na Ucrânia.
Nas últimas semanas, Francisco reduziu drasticamente a carga de trabalho enquanto segue as ordens dos médicos para dois meses de convalescença e terapia respiratória para melhorar a função de seus pulmões.
Antes do domingo, sua maior saída tinha sido uma visita à prisão do centro de Roma para passar a Quinta-Feira Santa com os detentos.
Internação e homenagem ainda em vida no Domingo de Páscoa
O pontífice argentino passou mais de um mês internado recentemente por conta de uma grave pneumonia bilateral. Ainda durante a breve aparição para abençoar milhares de fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano, papa foi homenageado por Dom Orlando Brandes, em solenidade transmitida no Youtube.
“Vamos respeitar o Papa Francisco. Porque a igreja, ela sim, é a encarregada de continuar, até o fim do mundo, a grande alegria da ressurreição […] É assim, irmãos e irmãs, que nós estamos também vivendo esta Páscoa. E Páscoa, Ressurreição tem tudo a ver com vida, nada com morte. Pelo contrário, é a superação da morte”, acrescentou, durante a missa.
A fala de Dom Orlando Brites sobre o Papa Francisco se deu após o arcebispo relembrar uma atitude do discípulo João com o discípulo Pedro em uma passagem bíblica. “Pedro e João correram para ver o túmulo vazio. João chegou antes, porque ele é o discípulo amado, quem ama vai na frente. Pedro é a instituição, é a norma, é a organização da Igreja, aí vai mais devagar. Mas João respeitou Pedro e esperou para que Pedro entrasse primeiro no túmulo. Depois, João entrou. Isso é amar a Igreja. João quer respeitar a igreja”, disse.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui