Morreu neste sábado (5) o pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata. Ele tinha 93 anos e estava internado desde quinta-feira (3) em um hospital de Vila Velha, no Espírito Santo, após sofrer um infarto. A morte foi confirmada pela igreja nas redes sociais e por familiares. Gedelti liderava a denominação desde sua fundação, em 1968, e era considerado uma das figuras mais influentes do movimento evangélico no país.

Natural de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), Gedelti nasceu em 19 de novembro de 1931 e se mudou ainda na infância com a família para Vila Velha. Ali começou sua trajetória religiosa como membro da Igreja Presbiteriana, onde atuou como diácono, presbítero e professor da Escola Bíblica Dominical. Na vida acadêmica, formou-se em Odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 1954 e chegou a lecionar na mesma instituição. Também foi cirurgião-dentista da Marinha por mais de uma década e realizou cursos de pós-graduação nos Estados Unidos.
Foi em meio a divergências doutrinárias com a liderança presbiteriana que Gedelti passou a defender a “palavra revelada” por meio de dons espirituais. Em 1967, ele e um grupo de dissidentes começaram a realizar cultos de forma independente. No ano seguinte, fundaram oficialmente a Igreja Cristã Maranata, que cresceria de forma expressiva nas décadas seguintes. A denominação conta hoje com mais de 5 mil templos no Brasil e presença em todos os continentes, segundo dados da própria instituição.
Gedelti se manteve como principal líder e referência doutrinária da Maranata até sua morte. Sob sua direção, a igreja consolidou práticas como o voluntariado — nenhum pastor ou obreiro recebe salário — e o foco em experiências espirituais com ênfase em revelações e profecias. Entre os fiéis, era tratado como um “servo fiel” e visto como canal direto da vontade de Deus para a igreja.
Pastor Gedelti Gueiros: relembre polêmicas
Apesar da forte influência, a trajetória de Gedelti também foi marcada por controvérsias. Em 2013, ele chegou a ser preso preventivamente em uma operação do Ministério Público do Espírito Santo, que investigava supostos desvios de dízimos e formação de quadrilha. A denúncia apontava irregularidades que somavam mais de R$ 24 milhões. Ele foi solto por habeas corpus em 2016 e respondia ao processo em liberdade.

Nos últimos anos, mesmo com a saúde fragilizada, continuava a participar de reuniões e gravações internas da igreja. Em 2024, foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo, que criou a “Comenda Gedelti Victalino Teixeira Gueiros”, entregue a membros da igreja com destaque em ações voluntárias.
A morte do pastor abre um novo capítulo para a liderança da Igreja Cristã Maranata, que já vinha sendo compartilhada com outros dirigentes próximos, entre eles o vice-presidente e também pastor Alexandre Gueiros.
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