Paraná - O período era de pós-guerra, mas ao mesmo tempo de início de uma nova ordem mundial. Era o mundo se dividindo entre comunismo e capitalismo, com Estados Unidos e a extinta União Soviética dando as cartas. Mas era também um período de poucos recursos, em razão dos resquícios da guerra. Neste cenário surgiu o chamado “brim coringa”, tecido dos anos 50 que virou febre mundial.

Não à toa, pois era um tecido barato, duradouro, resistente e que não encolhia. Assim, virou moda após a Segunda Guerra Mundial pela necessidade, mas também em razão da valorização de produtos nacionais.
Sobre o nome, “brim coringa” se deve a um programa de rádio que se chamava “O Grande Rodeio Coringa”. Como o produtor era anunciado na emissora, durante o programa, o povo acabou ligando uma coisa a outra. O brim coringa, então, passou a ser utilizado pela população.

Brim coringa hoje
No entanto, o brim coringa foi se aperfeiçoando com o tempo, ficando mais maleável e menos pesado. Esse tecido ícone dos anos 50 tornou-se o conhecido jeans. Ganhou também estilo nas mãos dos estilistas, conquistando definitivamente todas as classes sociais. No mundo todo, diga-se de passagem.
Mas no Brasil, essa trajetória começou com a Alpargatas, que lançou o tecido e fez estardalhaço nas rádios do Rio Grande do Sul. Entretanto, com o passar do tempo, a produção de jeans foi mudando de região, mas sem deixar o Sul.

Atualmente – mas já há um bom tempo – a herança do brim coringa ficou para Cianorte, capital do jeans no Paraná e na Região Sul. O importante polo de confecções exporta para todo o país e para o exterior o seu jeans.
Abriga quase 600 grifes, empregando milhares de pessoas no setor. Assim, quando alguém perguntar “onde foi parar o brim coringa”, a resposta é simples: evoluiu e está muito bem em Cianorte, no Noroeste do Paraná.