De um morro próximo ao bairro em que morava, em Rio Negro, ainda quando criança, ao Monte Everest, hoje, Moeses Fiamoncini se dedica ao sonho de se tornar o primeiro brasileiro a escalar todas as montanhas do mundo com mais de 8 mil metros de altura. O paranaense, de 42 anos, contou que apesar da escalada sempre ter sido algo especial em sua vida, foi durante a sua mudança para Portugal, que ele deu início ao projeto “Himalaias 8.000”.
Ao todo, existem 14 montanhas no mundo com essa altitude. Pelo projeto, Moeses já escalou duas delas: a K2, no Himalaia, e a Nanga Parbat, no Paquistão. Além dessas, o paranaense também enfrentou a Manaslu e a maior de todas: o Monte Everest. Porém, em ambas utilizou o oxigênio para ver como seu corpo reagiria a tal altitude. Com a experiência adquirida, o montanhista pretende repetir a aventura, mas agora sem o equipamento.
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De acordo com Moeses, o que lhe motiva a conquistar o recorde, até então conquistado por 19 montanhistas de diferentes países, menos do Brasil, é a sua paixão e admiração pelas montanhas.
“Mais tarde cheguei nos Andes e comecei a escalar alguns vulcões. Minha conexão com a montanha só aumentou e passei a investir todos os meus recursos em viagens onde eu pudesse escalar. Eu as amo, admiro, respeito e é o tipo de ambiente onde mais me sinto conectado a natureza”,
disse o paranaense.
O objetivo de Moeses é escalar as 14 montanhas até dezembro de 2023. Ele garante que ao conseguir cumpri com o desafio, será uma grande realização pessoal.
Persistência e resiliência
De acordo com Moeses, embora o Everest seja a montanha mais alta do mundo, ela não exige grandes técnicas. Ele explica que a dificuldade é justamente por ser muito alta e quanto mais alto, menos oxigênio.
“Entretanto, com preparo físico e especialmente psicólogo, é possível chegar a seu cume sem grandes percalços nos dias de hoje, com toda tecnologia que temos em equipamentos e vestuário”,
comenta Moeses.

Ao ser questionado sobre o preparo físico e mental necessário para tal empreitada, o paranaense responde de forma clara e objetiva: “o melhor treino para escalar e subir montanhas é escalar e subir montanhas”. Atualmente, Moeses, fundador da Vertex Trek, trabalha justamente acompanhando grupos em escaladas pelos continentes da América do Sul, Ásia e África. Segundo ele, a maior dica que ele dá a quem deseja encarar o desafio de perto é entender que “podemos chegar aonde quisermos”.
“A maioria dos sonhos fica somente no campo das ideias das pessoas e não se materializa, porque elas não colocam sua energia nele. Eu sei que essa fala parece clichê e que está em todos os livros de autoajuda, mas o clichê muitas vezes funciona”,
afirma Moeses.
Projetos em Curitiba
O montanhista explica que, ao final do projeto, ele planeja desenvolver ações sociais em escolas de Curitiba, começando pela periferia da capital, onde ele mesmo estudou. A ideia é promover palestras para as crianças e instalar pequenos boulders de escalada em escolas municipais. Isso porque, segundo ele, é importante falar sobre a relevância do esporte em nossas vidas.

Moeses estima que o custo total do Projeto Himalaias 8000 fique em torno R$ 1 milhão. No momento ele busca patrocínio para realizar o circuito e realizar a ação social.
“Estou convicto de que com a conquista das 14 montanhas, mais o fato da escalada em boulder estar agora nas Olimpíadas, eu conseguirei apoio para executar esse projeto”,
finalizou o montanhista.