A bisteca suína pode se transformar em uma receita deliciosa facilmente (Foto: Divulgação)

Mudanças na cadeia produtiva da suinocultura no Brasil vêm erradicando o preconceito e aumentando o consumo no mercado interno

Se existe um animal que sofre com a má fama adquirida no passado, esse é o porco. Criado até meados da década de 1980 principalmente para a produção de banha, não recebia cuidados na alimentação ou no ambiente onde vivia. Importantes mudanças na cadeia produtiva, porém, fazem com que, hoje, o suíno seja produzido em instalações adequadas, tratado com toda higiene, alimentado corretamente e passe por pelo menos cinco inspeções antes de ser declarado apto para o consumo. A virada da suinocultura no Brasil vem erradicando o preconceito: cada vez mais médicos e nutricionistas têm reconhecido o quanto a carne de porco é saudável e traz inúmeros benefícios à saúde, além de ser macia e saborosa, e a incluído nas dietas como uma importante aliada na busca por uma melhor qualidade de vida.

“Ela possui adequado teor de proteínas (19 a 20% na carne magra) com boa combinação de aminoácidos essenciais, e é uma excelente fonte de vitaminas do complexo B, principalmente Tiamina (B1), Riboflavina (B2) e Cobalamina (B12)”, destaca o nutrólogo Maximo Asinelli.

Antigamente, o ideal era que um porco pesasse até 300 quilos. Hoje, no entanto, um animal médio pesa em torno de 110 quilos. A gordura foi reduzida em até 80%, pois o objetivo passou a ser a qualidade da carne e não mais a banha. A carne suína também se destaca pelo seu conteúdo de cálcio, fósforo e principalmente potássio, que tem importante função na normalidade da pressão sangüínea.

“Como se sabe, a hipertensão tem alta prevalência na população humana e as principais indicações nutricionais para controlá-la são as de diminuir o sódio e aumentar o potássio”, completa o nutrólogo.

Outro mineral importante da carne de porco é o ferro, que é biodisponível e rapidamente assimilado pelo organismo. A deficiência de ferro é especialmente sentida pelas crianças e mulheres, público alvo de riscos de anemia.

Além de contribuir para uma vida mais saudável, a suinocultura tem importante papel no desenvolvimento econômico do país enquanto fator de fixação do homem no campo, proporcionando emprego e renda. Todos esses argumentos embasam a campanha “Um novo olhar sobre a carne suína”, da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e todas as suas afiliadas estaduais, como a Associação Paranaense de Suinocultores (APS).

Desde 2007, a série de ações já aumentou as vendas de carne suína nos supermercados entre 50% e 270%, e o objetivo é manter o crescimento no mercado interno. No mundo todo, a carne de porco é a mais consumida: 64%, contra 27% da bovina e 8% da de frango. Já no Brasil, quarto maior produtor e exportador mundial, a desconfiança faz com que seja apenas a terceira mais procurada. O consumo por aqui é de apenas 13 quilos por habitante ao ano (dos quais 10% são em forma de produtos industrializados como lingüiça, presunto, salame, etc, e apenas 3% em forma de cortes), contra 26 quilos no Paraguai e 67 quilos na Áustria, por exemplo.

Saiba mais:

85g de
carne suína

% necessidades diárias
de nutrientes

Vitamina B1

53%

Vitamina B12

33%

Fósforo

22%

Vitamina B3

20%

Vitamina B2

19%

Vitamina B6

18%

Zinco

15%

Potássio

11%

Ferro

7%

Magnésio

6%

Fonte: Associação Paranaense de Suinocultores (APS)