Lojistas, proprietários e gestores de shoppings de Curitiba, em reunião presencial e online na Associação Comercial do Paraná (ACP), discutiram, na manhã de terça-feira (14), alternativas para a reabertura dos estabelecimentos. Já são mais de 50 dias com atividades paralisadas e a ACP teme os impactos negativos da crise no setor.

Após o encontro, foi elaborado um documento às autoridades com as reivindicações do segmento. “É urgente que sejam adotadas medidas para a reabertura dos shoppings de Curitiba, pois grande parte das lojas estão prestes a quebrar“, disse o presidente da ACP, Camilo Turmina.

“São quase 20 mil empregos. Quando se discutem regras para a retomada dos negócios, é inaceitável que os shoppings sejam discriminados como se fossem os vilões da pandemia”, comentou.

Segundo Turmina, ações para o estabelecimento de barreira sanitária e viabilização dos negócios não são excludentes. A ACP defende que a reabertura do comércio no Paraná e em várias unidades da federação comprovou que “não há riscos de explosão de contágio da covid-19, desde que regras rigorosas de contenção sejam estabelecidas e obedecidas”, disse o manifesto.

A ACP afirma que os indicadores de pessoas contaminadas, população e leitos hospitalares (redes pública e privada) disponíveis permitem novos avanços na reativação da economia da cidade. Conforme destacou o proprietário do Shopping Novo Batel, Luiz Celso Branco, é possível reabrir com segurança desde que se obedeçam as regras necessárias, com comprometimento de todos e responsabilidade.

Os lojistas dos shoppings querem os mesmos direitos de outros setores que reabriram, como o comércio de rua. Os shoppings podem ter um ambiente altamente controlado, a exemplo de grandes supermercados e outros estabelecimentos abertos.

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Medidas propostas pela ACP para reabertura dos shoppings em Curitiba

Em acordo com as entidades representativas do setor de shopping centers, os participantes sugeriram o estabelecimento de uma série de normas para nortear a reabertura dos estabelecimentos. São elas:

– Redução do horário de atendimento para o período entre 12h e 20h;
– Instalação de cabines de desinfecção já disponíveis no mercado;
– Medição de temperatura de todos os frequentadores;
-Limitação da entrada de clientes dentro dos shoppings e das lojas de acordo com a área de cada unidade;
– Obrigatoriedade e severa vigilância no uso de máscaras;
– Orientação visual vertical e orientação sobre distanciamento entre as pessoas nos espaços comuns e no interior das lojas;
– Protocolos rigorosos de higienização de máquinas  e equipamentos disponíveis ao público;
– Retiradas de bancos e sofás dos corredores;
– Distribuição de pontos de higienização das mãos em vários pontos nas áreas comuns e interior das unidades comerciais;
– Ampliação do espaçamento entre mesas nas praças de alimentação conforme as regras sanitárias;
– Disponibilização de equipamentos de proteção individual a todos os funcionários.

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Foto: Priscilla Fiedler

Renegociação dos contratos para não complicar mais ainda os comerciantes

Os participantes também solicitaram à ACP que manifeste aos controladores de shoppings de Curitiba a necessidade de flexibilização nos contratos e o estabelecimento de novas modalidades contratuais e de locação enquanto perdurar a crise.

“Há consenso de que a relação lojas/shoppings terá que obedecer a um novo formato comercial diante da enorme queda no faturamento, dos novos hábitos que advirão da pandemia de covid-19 e dos elevados custos para manter os negócios nos centros comerciais“, disse a nota da ACP.

Conforme o comunicado, os lojistas também sugerem, “como medida emergencial“, a remuneração do gestor do shopping sobre o faturamento, ou seja, um determinado percentual das vendas feitas pelo lojista seria repassado ao controlador da operação. Em outra proposta, o condomínio seria rateado por todos e com a participação do lojista na formatação das despesas.