O Paraná encerra cinco meses e meio de pandemia (173 dias desde os primeiros casos) com queda no número de óbitos pela terceira semana epidemiológica consecutiva, redução na média móvel de mortes, estabilidade de novas infecções. O quadro é ainda complexo nos internamentos e alerta sobre a necessidade de manter a higiene e o distanciamento social para que a curva comece a apontar para baixo mais consistentemente. São 130.500 casos e 3.251 mortes.
Entretanto, agosto também foi o mês com os maiores números em relação a doença. Foram registrados 55.200 novos casos e 1.352 óbitos.
Segundo o boletim publicado nesta segunda-feira (31) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve redução de 2,2% nas confirmações da doença e 11,7% nas mortes entre as semanas epidemiológicas 35 (23 a 29 de agosto) e 34 (16 a 22 de agosto). A semana passada registrou o acumulado mais baixo de casos desde o recorte de 02 a 08 de agosto (semana 32, com 12.959 casos). As mortes despencaram com mais intensidade e chegaram a 219 na semana encerrada no sábado (29), contra saldo de 355 na semana 32.
Os casos ainda mantêm números regulares em todas as macrorregionais. No Leste (Curitiba, Campos Gerais, Litoral e Guarapuava), área que acumula mais diagnosticados em números absolutos, houve redução de 4,9% nos indicadores, mesmo ritmo do movimento estadual de queda pela terceira semana consecutiva.
O Norte e o Noroeste também registraram queda na semana 35, mas em outro tom. Os casos na região de Londrina e Cornélio Procópio caíram 1,6% – de 2.337 para 2.299, mas dentro de um padrão numérico relativamente igual desde o começo do mês. A região de Maringá e Umuarama aponta resultado 6,8% menor entre uma semana e outra (de 1.590 para 1.482), mas o indicador da semana 35 foi o terceiro pior da série histórica.
Os casos na região Oeste estão subindo dentro do comportamento de altos e baixos entre julho e agosto. Foi o segundo crescimento consecutivo na área de Cascavel e Foz do Iguaçu na semana passada, desta vez de 8,4% (2.042 x 2.214).
Os casos de Covid-19 cresceram no Paraná por 11 semanas consecutivas, de 10 a 16 de maio (semana 20) a 19 a 25 de julho (semana 30). Houve uma pequena queda na semana 31, evolução de casos na semana 32 e novas reduções nas semanas 33, 34 e 35.
O comportamento de óbitos foi mais irregular. Foram seis semanas seguidas de crescimento, desde 31 de maio a 06 de junho (semana 23) até 05 a 11 de julho (semana 28). Depois houve uma queda e três novos picos, inclusive o mais alto do registro histórico acumulado no Estado (355 mortes na semana 32, de 02 a 08 de agosto). Desde então são registradas baixas.
Coronavírus em agosto
O mês de agosto ainda aponta grandes dificuldades relacionadas com a doença e chegou a registrar o pior dia de divulgação de casos em 24 horas (2.866 no dia 28) e dias com 84 óbitos (20 de agosto) e 78 óbitos (04 de agosto).
Agosto também foi o mês com os maiores registros de casos e mortes da série histórica. Foram divulgados 55.200 casos no mês, o que representa 42,2% do total de 130.500 desde março. A Sesa também comunicou 1.352 óbitos, 41,5% do total.
Em julho foram divulgados 52.677 casos e 1.263 mortes, e em junho 17.936 casos e 454 mortes. Segundo a Secretaria da Saúde, o crescimento de casos e óbitos freou entre julho e agosto na comparação com o indicativo de junho e julho. Houve aumento de 4,7% nos casos e 7% nos óbitos entre as divulgações de julho e agosto. Entre junho e julho o salto havia sido de 193% e 178,1%, respectivamente.
Apesar do breque no mês passado, a Secretaria ressalta que o período frio e chuvoso, além da estabilidade em números elevados, ainda exigem continuidade da política de isolamento domiciliar, distanciamento social e etiqueta respiratória.
As taxas de ocupação nos leitos exclusivos são de 71% em UTIs adultas, 27% em UTIs pediátricas, 49% em enfermarias para adultos e 22% em enfermarias infantis. A maior preocupação é na macrorregião Leste – 81% de ocupação nos 601 leitos de UTI adultos disponíveis em dez cidades. Apesar de alta, a taxa não tem apresentado crescimento nos últimos dias.
No entanto, somados confirmados e suspeitos internados nas redes pública e privada de Covid-19 em todo o Estado, são 2.165 internados em leitos clínicos (1.211) e em avançados (954).
Apenas uma cidade paranaense ainda não registrou a presença do coronavírus: Boa Ventura de São Roque. Ela reúne 6.411 habitantes, 0,05% da população do Estado. As mortes já ultrapassaram 70% dos municípios, chegando a 280 na segunda-feira.
Profissionais de saúde
No recorte de profissionais de saúde, são 6.879 infectados desde o começo da pandemia, com prevalência de casos entre enfermeiros e técnicos de enfermagem (3.025), médicos (616), servidores administrativos (277), farmacêuticos (225) e dentistas e ortodontistas (170).