A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, na última segunda-feira (25), a manipulação da substância semaglutida, utilizada em canetas de emagrecimento como Ozempic e Wegovy, além do medicamento via oral Rybelsus.

A Anvisa decidiu proibir a manipulação da semaglutida, substância presente em remédios como o Ozempic. Na imagem, vemos parte da fachada da Anvisa, com um letreiro verde com o nome da empresa.
Decisão visa trazer maior segurança à saúde pública da população brasileira. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O despacho, publicado no Diário Oficial da União, estabelece os critérios para importação e manipulação de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) agonistas do hormônio GLP-1, usados em tratamentos contra diabetes tipo 2 e obesidade.

Segundo a Anvisa, insumos obtidos por via biotecnológica, como a semaglutida, só podem ser importados para manipulação se forem do mesmo fabricante registrado no Brasil.

“Atualmente, a semaglutida possui registro apenas como produto biotecnológico. Portanto, não é permitida a importação nem a manipulação da semaglutida sintética até que exista um medicamento registrado com o IFA sintético”, explicou a agência.

Decisão da Anvisa em proibir manipulação de substância do Ozempic é comemorada

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a proibição da semaglutida é um passo fundamental para proteger a população brasileira “contra práticas que colocam em risco sua saúde e minam a confiança na medicina baseada em evidências”.

A Novo Nordisk, detentora da patente da semaglutida e fabricante do Ozempic, do Wegovy e do Rybelsus, considera a decisão da Anvisa um benefício para a saúde pública e para os pacientes brasileiros.

“Medicamentos irregulares não oferecem garantia de pureza, dosagem correta, estabilidade ou esterilidade, podendo resultar em ineficácia do tratamento, reações adversas graves e contaminação, colocando a saúde e segurança do paciente em risco”, diz a empresa, em nota.

Anvisa decide não proibir manipulação de Mounjaro

No despacho, a Anvisa proibiu uma substância presente no Ozempic, mas manteve a permissão para a manipulação da tirzepatida, outra substância utilizada no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, conhecida comercialmente como Mounjaro.

“A manutenção de uma proibição parcial, restrita apenas à semaglutida, abre espaço para a migração do mercado irregular para a tirzepatida manipulada, perpetuando o risco sanitário e expondo pacientes a produtos inseguros”, diz a entidade.

*Com informações da Agência Brasil e supervisão de Jorge de Sousa

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Caio Stelmatchuk

Estagiário de jornalismo

Caio Stelmatchuk é estudante de jornalismo na PUCPR, dedica-se a pautas de Cotidiano, Segurança e Economia.

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