Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que 54% das mortes na lipoaspiração noticiadas pela imprensa brasileira ocorreram dentro de hospitais do país. Além disso, segundo dados da Vigilância Sanitária Americana (DFA), a cada 100 mil cirurgias de lipoaspiração três resultam em morte.

Mortes na lipoaspiração não são divulgadas corretamente

A pesquisa feita pelo dermatologista Érico Pampado Di Santi identificou 102 casos de mortes na lipoaspiração noticiadas pela imprensa entre janeiro de 1987 e setembro de 2015. Di Santi constatou que apenas uma parcela das mortes chegam ao conhecimento da imprensa, já que somente 7% das certidões de óbito são preenchidas corretamente.

Além desse dado alarmante, o autor da tese constatou que em 93% existem imprecisões ou lacunas que dificultam saber a causa da morte. Com dificuldade na divulgação das mortes na lipoaspiração, o cenário dificulta a detecção de eventuais erros e a adoção de medidas que poderiam preveni-los.

Riscos da cirurgia plástica

A literatura médica aponta que o risco de morte na lipoaspiração está ligado ao volume de gordura aspirado, ao número de regiões tratadas e à agressão ao organismo durante a cirurgia – como perda de sangue superior a um litro.

Os casos fatais estão ligados, na maioria dos casos, à falta de qualificação do médico. Para um médico estar habilitado em cirurgia plástica, ele precisa passar por cinco anos de residência médica, dois anos em cirurgia geral e mais três anos em cirurgia plástica.

Quando não há morte na lipoaspiração, as complicações da cirurgia mais comuns são:

  • A embolia gordurosa (oclusão de pequenos vasos por gotículas de gordura);

  • O seroma (excesso de líquido que fica retido próximo à cicatriz cirúrgica, causando inflamação);

  • Hematomas;

  • Irregularidades de relevo cutâneo;

  • Infecção;

  • Procedimentos estéticos se tornaram alternativa

    Em contrapartida, dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) mostram um aumento na procura de procedimentos não cirúrgicos. Em 2018, a busca pelos procedimentos não cirúrgicos representou 49,9%, demonstrando uma mudança de perfil.

    Com o aumento da procura, clínicas estéticas estão buscando alternativas para atrair o público. Um exemplo é a Lipo Hd, que promete oferecer os mesmos resultados de uma lipoaspiração.

    “O procedimento consiste em 40 sessões e uma consulta nutricional. Os tratamentos são alternados como, por exemplo, a carboxiterapia, massagem drenomodeladora e aplicação de enzimas. Em 30 dias, a paciente já começa a ver os resultados em seu abdômen”, explica biomédica da AD Clinic, Aline Médici.