Na casa do co-piloto, em Düsseldorf, foi encontrado um atestado médico rasgado, que o liberava de trabalhar no dia do acidente

Promotores alemães afirmam ter encontrado evidências de que o co-piloto da Germanwings, Andreas Lubitz, que teria jogado um A320 contra as montanhas dos Alpes franceses na terça-feira (24), parece ter escondido de seus empregadores o diagnóstico de uma doença.

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Promotores da cidade de Düsseldorf, onde o jovem piloto tinha residência, dizem que encontraram documentos médicos na casa de Lubitz que indicam “uma doença existente e de tratamento médico adequado”.

O promotor Ralf Herrenbrueck emitiu um comunicado nesta sexta-feira (27), informou que foi encontrado um atestado médico rasgado ”apoia a avaliação preliminar de que ele escondeu sua doença de seu empregador e seus colegas”. O documento liberava Lubitz de trabalhar no dia do acidente.

Ele disse que durante as buscas na casa do co-piloto não foi encontrado nenhum bilhete suicida nem qualquer motivação política ou religiosa para suas ações.

 

Sindicato francês abre processo contra vazamento de informações

O principal sindicato de pilotos da França abriu um processo para apurar o vazamento de informações sigilosas sobre as investigações do acidente com o avião da Germanwings.

Guillaume Schmid, representante do sindicato SNPL, disse nesta sexta-feira (27) que os pilotos do país estão irritados com as informações sobre o drama vivido pela tripulação e passageiros nos momentos finais do voo, foram divulgadas pela mídia antes mesmo de os promotores terem sido informados.

Depois de meios de comunicação do mundo todo publicarem, o promotor de Marselha anunciou que as gravações da cabine indicavam que o copiloto do A320 jogou a aeronave intencionalmente contra uma montanha. Todas as 150 pessoas que estavam a bordo morreram.

O processo pede o respeito à lei francesa, que determina que informações sobre investigações devem ser mantidas em segredo enquanto o inquérito estiver em vigor. O processo não indica um culpado, método comumente usado pela lei francesa, que deixa para os investigadores determinar de quem é a culpa.

O sindicato afirma que os pilotos estão tristes com o acidente e entendem o desejo do público por informações imediatas, mas critica a pressão sobre os investigadores e diz que isso pode levar a população a receber informações incorretas.

Com informações da Associated Press.