
Bebê portador da doença é um menino que nasceu no dia 17 de agosto em Cascavel
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou nesta quarta-feira (09) o primeiro caso de microcefalia associada ao zika vírus no Paraná. A vítima da doença é um menino que nasceu no dia 17 de agosto em Cascavel, na região oeste do estado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a mãe do bebê contraiu zika na cidade e apresentou os sintomas da doença nos primeiros meses de gestação, passando a ser acompanhada por especialistas. O parto e o pré-natal foram feitos na rede particular de saúde. Este é o segundo filho da mulher.
A criança nasceu prematura de sete meses e atualmente, com quase três meses de vida, tem o peso e tamanho de um recém-nascido de seis dias. Conforme afirmou a Sesa em nota, durante a gravidez, o obstetra identificou retardo no crescimento fetal através de ultrassom realizado entre o 6º e 7º mês de gravidez, quando passou a realizar exames semanais para confirmar o quadro.
“A mãe havia tratado uma alergia na pele, sem suspeitar que poderia ser sintoma de Zika, o que passou a ser considerado quando foi verificado que o desenvolvimento do feto estava aquém do esperado” , relata a pediatra e infectologista do grupo técnico da secretaria estadual da Saúde, Marion Burger.
Marion afirma que as equipes da 10ª Regional de Saúde e do município de Cascavel estão acompanhando o desenvolvimento do bebê em conjunto com a pediatra da criança.
“O tratamento para essa criança é baseado fundamentalmente na estimulação precoce, tanto motora quanto visual e auditiva. Ainda não é possível dimensionar quais serão as sequelas, o que demanda um acompanhamento clínico e a realização de novos exames complementares no decorrer dos próximos meses”, diz a pediatra.
O vírus da zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor também da dengue e da febre chikungunya. Os especialistas alertam sobre a necessidade de eliminar os criadouros do mosquito, que se reproduz em ambientes com água parada.
Confira a nota da Sesa-PR
A Secretaria estadual da Saúde confirmou nesta quarta-feira (9) o primeiro caso de microcefalia causada por infecção congênita por zika vírus no Paraná, registrado no município de Cascavel, na região oeste. A confirmação reforça o alerta para o controle da infestação do Aedes aegypti, mosquito que, além do zika vírus, transmite também a dengue, chikungunya, febre amarela e outras doenças.
“Desde que foi confirmada no país a correlação entre a infecção congênita por zika e a ocorrência de microcefalia em recém natos, as equipes de vigilância vêm acompanhando gestantes com sintomas da doença no Paraná. Foi esse monitoramento que pôde identificar o caso de Cascavel e que nos dá condições de apoiar a família no acompanhamento e do desenvolvimento da criança”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
O secretário destaca que há um ano foi formado na Secretaria estadual da Saúde o Grupo Técnico para analisar a ocorrência de microcefalia no Estado. Esses profissionais avaliam casos suspeitos de microcefalia e outras mal formações congênitas notificados. Foram investigadas as causas de microcefalia e outras alterações graves em 49 bebês do Paraná desde novembro de 2015. Nessa situação, somente o caso de Cascavel foi confirmada a microcefalia por Zika vírus. Existem ainda quatro casos em investigação.
Outro monitoramento feito pelo grupo avaliou 331 mulheres que tiveram suspeita de infecção por zika durante a gravidez e apenas 39 foram confirmados. Desse total, 34 crianças já nasceram sem apresentar microcefalia. Duas gestantes tiveram abortos espontâneos provocados pela infecção aguda por Zika, registrados em Londrina e Irati.