Desde 21 de janeiro de 2025, a República Democrática do Congo (RDC) enfrenta um surto de uma doença desconhecida que já resultou em 53 mortes e 419 casos registrados. A rápida progressão da doença, levando pacientes ao óbito em até 48 horas após o aparecimento dos sintomas, tem alarmado autoridades de saúde e comunidades locais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e profissionais de saúde estão mobilizados para identificar o agente causador e conter a propagação.

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Início do surto e primeiros casos

Hábitos como o de comer animais selvagens pode ter iniciado surto da doença no Congo
Hábitos como o de comer animais selvagens pode ter iniciado surto no Congo (Foto: Friends of Congo/Flickr)

O surto teve início na aldeia de Boloko, na província de Équateur, noroeste da República Democrática do Congo. Relatos indicam que três crianças adoeceram e faleceram 48 horas após consumirem um morcego morto, apresentando sintomas de febre hemorrágica. Este evento inicial sugere uma possível transmissão zoonótica, onde patógenos são transmitidos de animais para humanos. A OMS destaca que doenças zoonóticas têm aumentado significativamente na África, com um crescimento de mais de 60% nos últimos dez anos.

Sintomas e progressão da doença

Os pacientes apresentam sintomas como febre, dores de cabeça, calafrios, dores no corpo, diarreia e, em alguns casos, hemorragias internas. A semelhança com outras febres hemorrágicas, como Ebola e Marburg, levou as autoridades a testarem amostras dos pacientes para esses vírus. No entanto, os resultados foram negativos, indicando a presença de um agente patogênico ainda não identificado.

Resposta das autoridades de saúde

Organização Mundial da Saúde (OMS) e profissionais de saúde estão mobilizados para identificar o agente causador e conter a propagação
Organização Mundial da Saúde (OMS) e profissionais de saúde estão mobilizados para identificar o agente causador e conter a propagação, embora a situação ainda seja de mistério (Foto: Pexels)

Diante da gravidade e da rápida disseminação da doença, a OMS classificou o surto como uma ameaça significativa à saúde pública. Assim, equipes foram enviadas às áreas afetadas para conduzir investigações epidemiológicas, coletar amostras e fornecer suporte técnico e logístico. Além disso, suprimentos médicos, equipamentos de proteção individual e kits de diagnóstico foram distribuídos para auxiliar no manejo dos casos e na prevenção de novas infecções.

Dentre os principais sintomas relatados pelos pacientes estão: febre, vômito, diarreia e dores pelo corpo. Ainda assim, em alguns casos mais agravados, crianças infectadas também sangraram pelo nariz e vomitaram sangue.

Identificação do agente causador da doença

A identificação do agente patogênico responsável pelo surto tem se mostrado desafiadora. Embora os sintomas sejam semelhantes aos de outras febres hemorrágicas conhecidas, os testes laboratoriais descartaram as causas mais comuns. A possibilidade de uma nova doença emergente levanta preocupações sobre a capacidade de resposta e a necessidade de vigilância contínua para detectar e conter surtos rapidamente.

Importância da vigilância e prevenção

Especialistas enfatizam a necessidade de fortalecer os sistemas de vigilância epidemiológica, especialmente em regiões propensas a surtos de doenças zoonóticas. A educação das comunidades sobre os riscos associados ao consumo de animais selvagens e a implementação de práticas seguras de manuseio de alimentos são cruciais para prevenir futuras transmissões. Entretanto, a colaboração internacional é essencial para fornecer recursos, compartilhar informações e desenvolver estratégias eficazes de resposta a emergências de saúde pública.

Resposta rápida à doença

O surto da doença misteriosa no Congo destaca a vulnerabilidade das populações a patógenos emergentes e a importância de uma resposta rápida e coordenada das autoridades de saúde. Assim, enquanto investigações continuam para identificar o agente causador, medidas preventivas e educativas são fundamentais para conter a propagação e proteger as comunidades afetadas.