Edson Holtz, de 59 anos, é um dos doadores mais antigos do Hemocentro da Hospital Universitário (HU) de Londrina, no norte do Paraná. O historiador vai o banco de sangue quatro vezes por ano. Sua primeira doação foi na década de 1980, quando chegou na cidade para estudar na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

A atitude foi tomada após ler cartazes de incentivo à doação no próprio HU, onde trabalhava na parte administrativa. Ao ser transferido para o Campus, no Centro de Ciências Humanas (CCH), ele continuou com o gesto.

Depois de tantos anos de doações e salvar milhares de pessoas sem nem conhecê-las, Edson teve uma experiência de “quase morte”, como ele mesmo classifica. Duas semanas antes de receber a vacina contra a Covid-19, ele foi infectado pelo novo coronavírus.

Edson passou 50 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HU, sendo 22 desses dias entubado. O historiador teve um quadro de anemia profunda e precisou de diversas transfusões.

“Eu nunca havia pensado, cogitado, imaginado que um dia eu fosse precisar de sangue. Eu pude sentir na própria pele aquilo que muitas pessoas sentem quando a gente doa o sangue também”,

conta Edson Holtz.

Um ano depois de receber alta, ele voltou às poltronas de doação, sem deixar de lado o compromisso pessoal. O retorno foi marcado por emoção, tanto de Edson quanto da equipe do HU, que conhecia sua trajetória.

Primeira doação após a Covid-19. (Foto: Arquivo pessoal)

“O deslocamento até aqui [HU], a doação e a volta para casa, você gasta no máximo uma hora e meia, duas horas. O que são duas horas? Se são quatro doações, o que são oito horas no total do ano todo?”,

Edson questiona.

Edson ressalta que, além de salvar vidas, você também passa por exames e é notificado caso tenha alguma alteração de saúde. A próxima doação dele já está agendada para agosto de 2022.

A história faz parte da série de reportagens sobre a campanha “Doe sangue, dê esperança”, da RICtv Londrina. A ação iniciou no dia 1º de junho e é concluída nesta terça-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue.

Quem pode doar?

Estão aptos para doação de sangue pessoas entre 16 e 69 anos com mais de 50kg. Menores de idade precisam de autorização de responsáveis. Maiores de 69 só podem doar se já tiverem feito antes dos 60.

No dia, é necessário estar alimentado e ter dormido ao menos seis horas.

Homens podem doar quatro vezes por ano, de dois em dois meses, e mulheres três vezes, de três em três meses.

Quem não pode doar?

Pessoas que apresentam os quadros a seguir devem aguardar as doações:

  • Quem teve gripe, resfriado e febre precisa aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
  • Pacientes que tiveram Covid-19 aguardam 10 dias;
  • Não pode durante período gestacional;
  • No pós-gravidez, é necessário esperar 90 dias em caso de parto normal e 180 dias para cesariana;
  • Aguardar 12 meses após o parto se estiver amamentando;
  • Não é permitido doar caso tenha ingerido bebida alcóolica nas 12 horas que antecedem a doação;
  • Esperar um ano para quem fez tatuagem e/ou piercing;
  • Aguardar 3 dias após extração dentária;
  • Pacientes que tiveram apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes, esperam 3 meses;
  • São 6 meses sem doação, pessoas que passaram por colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia;
  • Quem fez transfusão de sangue em 1 ano;
  • O tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina que tomou, deve ser verificado;
  • Esperar 6 meses se tiver passado por exames/procedimentos com utilização de endoscópio;
  • Aguardar 1 ano caso tenha sido exposto a situações com possibilidade de infecções sexualmente transmissíveis.