Uma criança de 7 anos que morreu de covid-19 em Taboão da Serra, no estado de São Paulo, foi a 411ª vítima fatal da doença no município. A menina estava internada no  Hospital Geral do Pirajuçara e não tinha nenhuma comorbidade. A informação é do jornal O Taboanense. 

Apesar da Prefeitura Municipal ter confirmado o óbito da criança, sua identidade não foi divulgada. 

No dia 27 de janeiro, Taboão da Serra já havia divulgado a morte de um menino de 9 anos pela covid-19. Segundo o boletim epidemiológico municipal, a criança também não possuía comorbidades que a tornavam mais sensível ao vírus SARS-CoV-2.

Variantes da covid e crianças 

Estudos preliminares indicam que algumas das novas cepas do novo coronavírus, chamadas de variantes preocupantes, são mais infecciosas e mais agressivas do que o chamado coronavírus ‘selvagem’, que é o vírus antes de sofrer as mutações. Com a carga viral mais alta, essas variantes parecem ter maior possibilidade de causar estragos no organismo de crianças e adolescentes, até então considerados praticamente fora de risco quando infectados. 

Apesar de ainda serem necessárias mais pesquisas que comprovem que as variantes da covid-19 representam maiores riscos para crianças e jovens, médicos e profissionais da saúde têm relatado o aumento no número de internamento da população juvenil.  

“A média de idade caiu. Antes a gente internava pacientes com média de idade de 65 a 90 anos, mas essa média realmente ficou mais baixa. Pacientes jovens com comorbidades têm sido internados e intubados, têm ido para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e, alguns deles, têm até mesmo ido a óbito. Isso está mesmo acontecendo e pode ser por conta desse aperfeiçoamento do vírus para entrar na célula humana. Quando a gente afrouxa as medidas, ele [o vírus] começa a circular de novo e, para sobreviver, começa a fazer mutações”, explicou a médica infectologista Viviane de Macedo, durante entrevista ao RIC Mais. 

De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), até a segunda-feira (8), foram registradas as mortes de 11 crianças com idades entre 0 e 9 anos por covid-19 no estado. As vítimas são seis meninos e cinco meninas. Veja:

Reprodução/Boletim epidemiológico Sesa da covid-19 08/03/2021

Variantes no Paraná

No Brasil, surgiu uma das variantes mais preocupantes do novo coronavírus encontrada até o momento: a chamada P.1 ou variante de Manaus, descoberta pela primeira vez em pacientes do Amazonas.

A P. já se espalhou pelo país e, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Paraná é um dos estados com maior circulação da variante. No dia 4 de março, a instituição divulgou o resultado de 216 amostras de pacientes com covid-19 no estado, das quais 70,4% estavam ligadas a mutação.

Nesta terça-feira (9), o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Beto Preto, anunciou que a variante P1 está aumentando a mortalidade de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo o Estado.

“Essa nova cepa, a P1, amazônica, brasileira, ela tá levantando essa possibilidade [de mortalidade] para mais de 40%. Então veja, se você tem hoje 1.500 pessoas internadas em uma UTI por coronavírus, a chance de 40% delas não voltarem para casa é grande. É a transparência dos dados, se nós temos 1.500 pessoas [internadas], nós temos um quantitativo de 600 que podem não para casa. Mas isso é fato, ninguém tá inventando nada”, disse durante entrevista ao programa Balanço Geral Curitiba.