Cidade volta a ofertar a vacinação diária em 110 unidades básicas de saúde da cidade (Foto: Valdecir Galor/SMCS)

Com o aumento da confirmação de casos de febre amarela em cidades de São Paulo que fazem divisa com o Paraná, Curitiba intensificou a oferta das vacinas contra a doença; veja como fazer!

Com o aumento da confirmação de casos de febre amarela em cidades de São Paulo que fazem divisa com o Paraná, Curitiba intensificou a oferta das vacinas contra a doença. A partir desta segunda-feira (21), a cidade volta a ofertar vacinação diária em 110 unidades básicas de saúde, de segunda à sexta-feira, de acordo com o horário de funcionamento da sala de vacinas de cada unidade.

Frasco tem validade de seis horas

Há um ano, as unidades de saúde ofertavam a vacina respeitando um cronograma, com o intuito de otimizar ao máximo o uso dos frascos: cada um deles tem cinco doses e, após aberto, tem validade de apenas seis horas.

A mudança facilita o acesso da população à imunização neste momento do ano em que proliferação do mosquito transmissor é maior. “Convocamos a população para se vacinar contra a febre amarela o quanto antes, especialmente nesta época em que muitas pessoas viajam para em áreas com risco de contaminação, como regiões turísticas de mata”, diz a médica infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Marion Burger.

Quem deve tomar a vacina de febre amarela

Devem tomar a vacina quem tem de 9 meses a 59 anos de idade. Quem já tomou esta vacina uma vez na vida não precisa refazer. Se a pessoa não tomou a vacina ou se não tem certeza se tomou, a orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e se imunizar.

A recomendação da vacinação também para as regiões de Curitiba e Litoral do Paraná segue uma orientação do Ministério da Saúde válida desde de julho do ano passado. Antes, em Curitiba, a vacina contra a febre amarela só era recomendada para quem fosse viajar para as áreas consideradas de risco no Brasil ou para países que exigem comprovação dessa imunização.

Embora a cidade permaneça fora da área de risco da doença, a alteração visa aumentar o índice de proteção da população. “Nos últimos dois verões, o Sudeste brasileiro viveu epidemias de febre amarela, com casos concentrados em regiões de mata dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minais Gerais, sem que Curitiba fosse afetada. Mas há risco de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela chegarem ao Paraná, então é preciso que a população já se proteja com antecedência”, reforça Marion.

Onde tomar a vacina de febre amarela

Onde tomar a vacina e quais os documentos necessários?
A vacina é ofertada gratuitamente em 110 unidades de saúde de Curitiba. Basta procurar preferencialmente seu posto de saúde de referência, apresentando documento de identificação e carteira de vacinação.

Como previnir a doença

Além da vacinação, é importante combater o vetor (mosquito) que transmite o vírus, da doença; evitar áreas de mata com registros da doença. O uso de repelentes em áreas de mata também é indicado. 

Não pode receber a vacina

Crianças com menos de 9 meses; paciente com reação de hipersensibilidade grave a algum componente da vacina; paciente em uso de medicamentos biológicos como Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Secuquinumabe, Natalizumabe, Vedolizumabe, Rituximabe; pacientes em uso de medicamentos imunossupressores como: ciclofosfamida, ciclosporina, tacrolimus, azatioprina, micofenolato, tofacitinibe; pessoas com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).

Quem deve passar por avaliação médica

Gestantes; pessoas maiores de 60 anos de idade; mulheres amamentando lactentes com menos de seis meses de idade; pessoas que vivem com HIV/Aids; pessoas com imunodepressão por doença ou em tratamento com medicamentos imunossupressores; pessoas com doenças autoimunes, como lúpus, doença de Addison e artrite reumatoide.

Nos casos citados acima é necessário que estas pessoas passem por uma consulta médica, em que será feita a avaliação levando em conta o risco de contrair a doença e o risco de possíveis eventos adversos da vacina. Caso o médico autorize a vacinação, ele deve prescrevê-la.

Grupos em que a vacina é contraindicada

Recomenda-se que outras medidas de proteção individual sejam adotadas, como usar repelente de insetos na pele e nos ambientes; proteger a maior extensão possível da pele com roupas; evitar, na medida do possível, o deslocamento para áreas rurais e, principalmente, ao adentrar em matas a trabalho ou turismo; passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, com portas e janelas fechadas e/ou protegidas por telas com trama adequada, que impeçam a passagem de mosquitos, além de dormir sob mosquiteiros.

Macacos transmitem a febre amarela para os humanos?

Não. Assim como os humanos, os macacos são primatas e as principais vítimas do mosquito transmissor da febre amarela.
A transmissão ao ser humano ocorre quando o mosquito se infecta ao picar um animal infectado e depois vai picar o homem. Encontrar grupo de macacos mortos é um sinal de alerta: provavelmente nesta região há circulação do vírus em mosquitos infectados.
Equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e do Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde fazem o monitoramento das populações de bugios e saguis presentes em Curitiba e reforçam que não há casos de morte destes animais pela infecção do vírus da febre amarela na cidade.

A febre amarela

A febre amarela é uma doença sazonal, geralmente com aumento de casos entre dezembro a maio. No ciclo silvestre da febre amarela (cujos casos têm sido registrados recentemente no país), a transmissão é feita pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, sendo os macacos os principais hospedeiros e possíveis amplificadores.

O homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. A transmissão ao ser humano ocorre quando o mosquito que picou um macaco infectado depois pica o homem.

No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. Desde o ano de 1942 não há notificação no país de casos de febre amarela urbana no Brasil.

Não há transmissão de febre amarela de pessoa a pessoa.
O período de incubação varia de 3 a 6 dias, embora se considere que possa se estender até 15 dias.

Fases de infecção

1ª Fase – Período de infecção: Em geral, com sintomas mais leves, como febre, calafrios, dores pelo corpo, prostração, náuseas e vômitos, comum a várias outras doenças. Cerca de 90% dos pacientes têm melhora progressiva. Mas o restante evolue para a segunda fase, que pode iniciar até dois dias depois.
2ª Fase – Período tóxica: A febre volta a aparecer e compromete vários órgãos, principalmente o fígado e os rins. Nesta fase, é provável que as pessoas desenvolvam icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos, daí o nome “febre amarela”), urina escura e dores abdominais com vômitos.