“A população precisa nos ajudar”, desabafou a secretária de Saúde Márcia Huçulak, nesta terça-feira (16). A afirmação veio no dia em que Curitiba informou estar com 85% dos leitos de UTIs ocupados pelo novo coronavírus. Segundo a secretária, a prefeitura pode ter que rever decisões tomadas para garantir que a população se mantenha com saúde.
“Nossa ocupação hoje é de 85%, mas porque estamos fazendo esforço de ampliação. A situação também está complicada para os profissionais da saúde, que estão chegando ao limite, por isso precisamos baixar o movimento na cidade”, explicou Márcia Huçulak.
Segundo a secretaria, ao contrário do que foi dito pelas associações que representam restaurantes e até pelos representantes das academias, o decreto publicado no sábado (13) não vai ser modificado.
“Ouvimos as demandas das academias numa reunião, mas em razão do aumento dos quadros e internações, vamos ter que refazer a conversa. Talvez até uma atitude um pouco mais restritiva”, comentou Márcia, destacando que o que vale, para as academias, é o termo de responsabilidade, mas que até isso pode ter que ser revisto no momento.
Sobre o funcionamento dos bares, a secretária informou que continuam fechados. Já sobre restaurantes, que podem funcionar até às 15h e depois somente com delivery, a decisão continua. “Não queríamos fechar nada, mas a aglomeração transmite o vírus. Podemos ter 10 mil leitos de UTI, se não diminuir a circulação, teremos dificuldade em atender todas as pessoas ao mesmo tempo. Por isso, pedimos compreensão dos setores”.

“Fique em casa”, pede a secretária de Saúde de Curitiba
A secretária municipal de Saúde alertou, mais uma vez, que a transmissão do novo coronavírus está muito rápida na cidade e que só a população pode ajudar. “Precisamos conter a movimentação na cidade. Estamos muito preocupados com a situação, que pode mudar a cada dia. A população precisa ficar em casa”.
Por enquanto, pelo menos até o próximo sábado (20), quando serão revistos os números, não há possibilidade de fechar a cidade, o chamado lockdown. Mas a secretária reforça o alerta: a população precisa ajudar. “Se as pessoas nos ajudarem, vamos conseguir segurar o lockdown, mas se chegarmos numa situação pior, teremos que tomar essa medida mais drástica. Pode acabar em lockdown, sim”.