Paraná - A dengue volta a ser um foco de atenção das secretarias de saúde do Paraná. Com o retorno do sorotipo 3 a tendência é que o estado possa voltar a registrar 500 mil casos confirmados no ciclo epidemiológico.

Mosquito da dengue
Novo sorotipo da dengue pode ampliar número de casos da doença neste ciclo. (Foto: Divulgação/SESA PR)

No ciclo epidemiológico 2023/2024, dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que o Paraná registrou 939.453 notificações, 595.732 casos confirmados e 610 mortes em decorrência da dengue.

A dengue começou a receber boletins epidemiológicos do Paraná desde 1991 e o ciclo de 2023/2024 foi o que registrou mais casos confirmados e mais mortes nesses 33 anos.

No ciclo atual, iniciado em 28 de julho de 2024, o Paraná registrou 61.319 notificações, 8.034 casos confirmados e dois óbitos.

Como comparação, no mesmo período do ciclo anterior, o estado registrava 67.120 notificações, 16.693 casos confirmados e três óbitos.

A tendência é que esses números apresentem crescimento constante nas próximas semanas, em especial, pelo aumento de chuvas nos meses de março e abril em todo Paraná.

“A dengue é uma doença endêmica, temos casos durante todo o ano, mas o período de maior concentração de casos notificados tem início em janeiro e normalmente vai até maio, sendo que março e abril concentram o maior número de casos”, reforça a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte.

O que são os sorotipos da dengue?

O sorotipo três (DENV-3) da dengue voltou a circular no Paraná desde o ano passado. Mas afinal, por que isso preocupa as autoridades de saúde do estado?

O vírus da dengue possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4; e a infecção por um deles amplia a imunidade para ele, mas uma contaminação diferente pode acarretar em novo registro da doença.

Até 2018 houve a predominância do sorotipo DENV-1, em 2019 e 2020 do sorotipo DENV-2 e a partir de 2021 voltou a prevalecer o sorotipo DENV-1. Já em 2024 foi observada a reintrodução da circulação de DENV-3.

No ciclo passado, foram detectados DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O DENV-1 teve a maior circulação, representando mais de 80% das amostras tipificadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen). Já no atual período há predomínio do sorotipo DENV-2.

“É possível contrair dengue mais de uma vez, por um sorotipo diferente, podendo causar um quadro clínico mais grave”, explica o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.

Como é possível pegar dengue?

A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – vetor também responsável por carregar doenças como a febre chikungunya e o Zika vírus.

O Aedes aegypti é facilmente identificado por ter presença de marcações brancas nas pernas e no dorso.

Os horários em que o mosquito mais costuma estar ativo é no amanhecer e no entardecer, embora ele possa picar em qualquer horário do dia.

Apenas a fêmea do Aedes aegypti pode transmitir a dengue, embora não seja possível diferenciar a picada desse mosquito para outros.

Os principais criadouros do Aedes aegypti são recipientes de água parada, como caixas d’água e lixeiras destampadas, vasilhas de água para pets, vasos de planta sem areia, entre outros.

Sem cuidado, esses criadouros podem se tornar vetores da dengue e contaminar diversas pessoas próximas a esse local.

Como denunciar criadouros do Aedes aegypti?

Mesmo com as equipes de vigilância sanitária fazendo o acompanhamento de possíveis criadouros, a população também pode auxiliar no combate à doença.

Em caso de verificações desses locais é possível comunicar à Secretaria de Saúde do respectivo município.

Também é possível comunicar à Secretaria de Estado da Saúde por meio deste link ou pela ouvidoria no telefone 0800 644 4414 ou no WhatsApp (41) 3330-4414.

Quais são os principais sintomas da dengue?

  • Febre alta, acima dos 38.5ºC;
  • Dores musculares intensas;
  • Dor ao movimentar os olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.