A Senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou nesta quarta-feira (27) que está com câncer de mama. O diagnóstico foi precoce e, ao compartilhar sua experiência, a parlamentar reforçou a importância do cuidado e da prevenção entre as mulheres.

Entenda tudo sobre o câncer de mama. Na imagem, vemos o busto de uma mulher branca, que usa um top preto e o laço do outubro rosa no lado direito.
Doença cresce 25% anualmente no Brasil. (Foto: Freepik)

O que é o câncer de mama?

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) define o câncer de mama como uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais, formando um tumor com potencial de invadir outros órgãos.

Existem diferentes tipos da doença: alguns se desenvolvem rapidamente, outros de forma mais lenta. Quando diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, o câncer de mama apresenta bom prognóstico e maiores chances de cura.

Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres no mundo, com aumento de cerca de 25% nos novos casos a cada ano no Brasil.

Quais são os sintomas?

Na maioria dos casos, o câncer de mama pode ser percebido nas fases iniciais, por meio dos seguintes sintomas:

  • Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: segundo o INCA, está presente em cerca de 90% dos casos identificados pelas próprias mulheres;
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com cascas de laranja;
  • Alterações no bico do peito (mamilo) como retrações;
  • Nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • Saída espontânea de líquido anormal das mamas.

Os mesmos sintomas podem aparecer em outras doenças. Por isso, é essencial consultar um médico.

Quais são os tipos mais comuns de câncer de mama?

Os tipos mais comuns de câncer de mama são três:

  • Carcinoma ductal: tipo mais comum, tem origem nos ductos mamários;
  • Carcinoma lobular: está associado às estruturas que formam a mama, conhecida como lóbulos;
  • Tecidos conjuntivos: se inicia em algumas camadas da mama, compostas por músculos, gordura e vasos sanguíneos;

Outros tipos menos comuns da doença são: câncer de mama inflamatório, doença de Paget, tumor filoide, angiossarcoma e câncer de mama masculino.

Deteccção precoce da doença

O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, na maioria dos casos, aumentando a possibilidade de tratamentos menos agressivos e mais eficazes.

O INCA orienta que todas as mulheres conheçam o próprio corpo, para que saibam o que é e o que não é normal em suas mamas e possam identificar alterações suspeitas. A maior parte dos casos é descoberta pelas próprias pacientes.

O Ministério da Saúde também recomenda a realização da mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos.

A mamografia diagnóstica é feita com a finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama e pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico.

O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme indicação médica.

Como é feito o diagnóstico?

Quando há suspeita, o médico pode solicitar exames de imagem como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.

Com base no resultado, é realizada uma biópsia, em que parte do tecido é retirada para análise em laboratório. A combinação dos dados coletados nos exames de imagem e na biópsia são a base para o médico confirmar a existência do câncer de mama.

Como prevenir o câncer de mama?

Segundo o INCA, cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

  • praticar atividade física regularmente;
  • manter peso adequado;
  • adotar alimentação equilibrada;
  • evitar álcool e cigarro;
  • amamentar, sempre que possível.

O que aumenta o risco do câncer de mama?

A doença não tem somente uma causa. A idade é um dos principais fatores de risco: segundo o INCA, cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Outros riscos incluem:

  • obesidade e sedentarismo;
  • consumo de bebida alcoólica;
  • histórico familiar de câncer de mama ou ovário;
  • exposição frequente a radiação;
  • primeira menstruação antes de 12 anos;
  • não ter filhos ou primeira gravidez após os 30 anos;
  • menopausa após os 55 anos;
  • uso prolongado de contraceptivos hormonais ou reposição hormonal;
  • história familiar de câncer de mama em homens.

Além disso, o INCA alerta que profissionais como cabeleireiro, operadores de rádio e telefone, trabalhadores noturnos, da indústria da borracha, plástico, química, refinaria de petróleo e manufatura de pvc tem maior risco de ter a doença.

Como funciona o tratamento?

O tratamento depende do estágio da doença, das características do tumor e das condições da paciente. As principais modalidades são:

  • Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária);
  • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica;

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior chance de cura. Dependendo da agressividade do câncer, o tratamento pode ter como objetivo prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

Em alguns casos, a terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser indicada. Contudo, o Hospital Israelita Albert Einstein alerta que ela deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo mínimo de tempo necessário.

*Com supervisão de Jorge de Sousa

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Caio Stelmatchuk

Estagiário de jornalismo

Caio Stelmatchuk é estudante de jornalismo na PUCPR, dedica-se a pautas de Cotidiano, Segurança e Economia.

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