O painel de especialistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) aprovou por unanimidade a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças com idade entre 5 e 11 anos. Cerca de duas horas depois, Rochelle Walensky, diretora do órgão, deu também sua permissão para que a imunização pudesse ser iniciada no país. Assim, a vacinação de crianças pode começar já na manhã desta quarta-feira (3) nos EUA.
Na última sexta-feira (29), a agência de alimentos e medicamentos do país (FDA) já havia feito a mesma aprovação para uso emergencial. A medida é considerada essencial já que o país está perto de entrar no inverno e teme novo surto da doença, especialmente em áreas com baixa vacinação de adultos.
A dra. Walensky apareceu rapidamente no início da reunião e disse que aquele era um dia que “muitos de nós estávamos ansiosos para ver”, mas que é apenas uma parte do combate à pandemia. “É importante que continuemos a vacinar o maior número possível de adultos para proteger as demais crianças nas comunidades”, disse ela, referindo-se aos menores de 5 anos.
Segundo o jornal New York Times, o governo federal americano preparou um programa com mais de 20 mil pediatras, médicos de família e farmácias para aplicar as vacinas. Cerca de 15 milhões de doses já estão sendo preparadas para distribuição.
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As crianças vão receber um terço da dose autorizada para os maiores de 12 anos e adultos, em duas doses com intervalo de três semanas. Essas vacinas serão armazenadas em ampolas menores e aplicadas com agulha própria.
Os especialistas consideram a época do ano crítica porque, após semanas de queda nos números da doença, as reuniões familiares de feriados como o Dia de Ação de Graças e o Natal, realizadas quase sempre em locais fechados por causa do tempo frio, podem voltar a causar surtos de Covid-19.
Cerca de 2 mil escolas em todo o país precisaram ser fechadas após a reabertura, entre agosto e outubro, por causa de surtos localizados da doença.
Riscos e benefícios
Segundo o CDC, os dados dos testes realizados mostram que os benefícios da imunização superam os riscos em potencial. Durante a discussão, os especialistas analisaram informações sobre a possibilidade de o imunizante causar uma inflamação no coração, a chamada miocardite. Os testes mostram que o risco é maior entre homens de 16 a 29 anos, mas a grande maioria se recupera e a possibilidade de apresentação do problema cai bastante na faixa entre 12 e 15 anos.
No entanto, uma forma muito mais preocupante de miocardite pode acontecer em casos graves de Covid, segundo os estudos, e o CDC não conseguiu detectar nenhuma morte por miocardite causada pela vacina. “Pegar Covid traz muito mais risco ao coração do que a vacina”, disse um dos cientistas do CDC, Matthew Oster.
Segundo o CDC, cerca de 8,3 mil crianças entre 5 e 11 anos chegaram a ser internadas por Covid (e um terço delas precisou de terapia intensiva) desde o início da pandemia e pelo menos 94 morreram. O número é proporcionalmente mais baixo que o observado em outras faixas etárias, mas no auge do último surto, após a reabertura das escolas, crianças dessa idade responderam por 11% dos casos registrados, na semana de 4 a 10 de outubro.
(Texto do portal R7)