Atendimentos considerados de baixo risco estão sendo afetados nas Upas (Foto: Joel Rocha, SMCS)

O prefeito afirma que o valor recebido pelos médicos ‘está acima da média paga em hospitais da iniciativa privada’

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, divulgou nota chamando de “abusiva e desumana” a greve de médicos da Fundação de Atenção Especializada em Saúde (Feaes), que está comprometendo parte dos atendimentos nas UPAs. O prefeito afirmou que o valor recebido pelos médicos “está acima da média paga em hospitais da iniciativa privada”.

A própria Feaes também critica os profissionais que aderiram à greve. Também em nota, afirmou: “Não se observa, até este momento, prejuízo ao atendimento dos pacientes de maior gravidade (eixo vermelho, amarelo, laranja no protocolo de classificação de risco) nas UPAs. Porém, em relação a pacientes considerados de baixo risco (eixo azul e verde), observa-se a efetivação de uma operação tartaruga por parte de alguns profissionais que aderiram ao movimento. Com isso, a espera por atendimento nas UPAs para estes casos pode aumentar.”

A Feaes conta com 638 médicos celetistas, que atendem nas UPAs, Hospital do Idoso, Maternidade Bairro Novo, Caps e Samu. Com exceção das UPAS, até o momento, a Feaes diz não ter registrado prejuízo aos serviços prestados pelos médicos.

Leia abaixo, na íntegra, a nota do prefeito Rafael Greca:

É abusiva e desumana a greve dos médicos da Fundação de Atenção Especializada em Saúde (Feaes). Estão deixando os pacientes esperando, em especial os que não estão na urgência. Pedem 4,5% de aumento em um momento de depressão econômica e de queda da arrecadação.

Os médicos recebem R$ 1.880,00 por cada plantão noturno em uma UPA. Este valor está acima da média paga em hospitais da iniciativa privada. Recebem ainda 100% de horas-extras pelo trabalho nos fins de semana, enquanto o mercado remunera com 50%.

A Secretaria Municipal de Saúde oficiou o Conselho Regional de Medicina para coibir maus tratos por omissão de assistência à população. Em contrariedade ao artigo 35 do Código de Ética Médica. Apelamos aos médicos que não inviabilizem o modelo de atendimento nos obrigando a buscar outras soluções.