A chamada Gripe K é um subclado do vírus influenza A (H3N2), identificado recentemente em diferentes regiões do mundo, sobretudo no Hemisfério Norte. No Informe de Vigilância das Síndromes Gripais, divulgado em 6 de dezembro, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso no Brasil, registrado no Pará.

Especialistas e autoridades de saúde reforçam que não se trata de um vírus novo, mas de uma variação genética do vírus da gripe já conhecido, resultado do processo natural de mutação do influenza.
O que é subclado e por que o nome “Gripe K”
O vírus da gripe (influenza) é altamente mutável. Termos como “subclado K” referem-se a variações genéticas dentro de um mesmo subtipo viral – neste caso, o influenza A (H3N2). Essas mudanças não caracterizam um novo vírus, mas linhagens que passam a circular com maior frequência ao longo do tempo.
O subclado K, também identificado como J.2.4.1, tem sido detectado com maior recorrência em amostras analisadas globalmente. Esse padrão levou autoridades de saúde a intensificar o monitoramento de circulação do vírus e da antecipação da temporada gripal em algumas regiões.
No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem.
Circunstância global da circulação da variante
Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) apontam aumento da detecção da Gripe K no Hemisfério Norte, com circulação mais precoce do que o habitual e maior número de casos de influenza A (H3N2).
Apesar disso, as análises disponíveis até agora não indicam aumento da gravidade da doença ou maior taxa de hospitalizações em comparação com temporadas anteriores. Estudos realizados em países como Austrália e Nova Zelândia sugerem que o subclado K contribuiu para o prolongamento da temporada de gripe nessas regiões.
Sintomas típicos da Gripe K

Segundo a Opas/OMS, os sintomas associados à Gripe K são semelhantes aos da gripe sazonal comum:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar geral;
- Dores musculares e articulares;
- Tosse;
- Coriza ou nariz entupido;
- Dor de garganta;
- Cansaço intenso.
Os sintomas costumam surgir de forma abrupta e, em geral, persistem por três a sete dias.
Por que alguns apresentam sintomas mais intensos da Gripe K
A intensidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa, independentemente do subtipo viral específico. Fatores como idade, presença de doenças crônicas, estado imunológico e histórico de vacinação influenciam diretamente a forma como uma pessoa responde à infecção viral.
Até o momento, não há evidências de que a Gripe K provoque quadros mais graves do que outras variantes do influenza A (H3N2).
Grupos de risco
Os grupos tradicionalmente mais vulneráveis à gripe, incluindo esta variante, são:
- Idosos;
- Crianças pequenas;
- Gestantes;
- Pessoas com comorbidades crônicas;
- Indivíduos imunocomprometidos.
Diagnóstico, tratamento e prevenção da Gripe K
O diagnóstico da influenza é feito por meio de exames específicos que detectam a presença do vírus em amostras respiratórias. A identificação precoce é importante, especialmente para pacientes dos grupos de risco.
O tratamento pode incluir o uso de antivirais, como oseltamivir, que apresenta maior eficácia, quando iniciado nas primeiras 48 a 72 horas, após o surgimento dos sintomas. Repouso, hidratação e acompanhamento médico são recomendados nos casos leves a moderados.
Vacinação continua sendo a principal prevenção
As vacinas sazonais contra a gripe disponibilizadas anualmente são atualizadas com base na vigilância global dos vírus em circulação. Embora nem sempre haja correspondência exata entre as cepas vacinais e as variantes circulantes, a OMS destaca que a vacinação reduz significativamente o risco de casos graves, hospitalização e mortes.
O Ministério da Saúde e a Opas/OMS reforçam a importância da vacinação anual, especialmente entre os grupos de risco, como a estratégia fundamental de prevenção contra a influenza.
*Com supervisão de Jorge de Sousa
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