Homens jovens, com idade entre 15 e 24 anos, ocupam o topo do ranking em novos casos de aids em Curitiba. Este perfil, diagnosticado pela Secretaria Municipal de Saúde, tem preocupado as autoridades sanitárias. “Os jovens perderam o receio e pararam de se cuidar”, alerta o diretor do Centro de Epidemiologia, Moacir Pires Ramos.
Para conscientizar a população e principalmente os jovens, a Secretaria Municipal de Saúde e a Comissão Municipal de Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids promoveram nesta sexta-feira (17), na Boca Maldita, a 30ª Vigília pelos Mortos de Aids, em sinal de solidariedade à memória dos que morreram da doença e também para incentivar o diagnóstico precoce, para não precisar lembrar de tantos mortos. “São 700 novos diagnósticos de HIV a cada ano”, informa o médico Moacir Ramos, lembrando que HIV é o vírus que provoca a aids.
Foram distribuídos panfletos educativos sobre como evitar e como tratar as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST); prevenção da doença e camisinhas. “Sempre é bom saber como se previne. Vou ler com cuidado esse material”, diz a estudante do ensino médio Carola Manfredini, de 16 anos.
A dona de casa Leonor Lapolla de França, moradora do Boa Vista, também se interessou pela conscientização. “Nunca é demais aprender para ensinar. Tenho filhos jovens e eles devem estar atentos sempre”, disse.
A Secretaria Municipal de Saúde vem adotando uma série de medidas destinadas a conscientizar a população sobre a importância de fazer o teste de HIV/Aids sempre que houver exposição a uma situação de risco, como relações sexuais sem o uso de preservativos e o compartilhamento de seringas e outros objetos perfuro cortantes.
Atendimento
Além do Centro de Orientação e Aconselhamento (COA), a Secretaria de Saúde atende a população nos centros especializados localizados no Boqueirão, Vila Hauer, Santa Felicidade, Salgado Filho e Bairro Novo. Testes para diagnóstico do HIV estão disponíveis nas 109 unidades básicas de saúde de Curitiba. Todos os casos com resultado positivo são encaminhados para o atendimento especializado e a pessoa recebe a orientação necessária sobre o tratamento da doença, assim como os remédios, sem custo.
Também foram promovidas ações para o fortalecimento da rede hospitalar, com a ampliação do número de consultas e de leitos para portadores de HIV/Aids; a implantação dos exames para diagnóstico rápido nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), nos consultórios na rua, além de uma equipe móvel para fazer os testes nas organizações não-governamentais (ONGs) – hoje somente o COA oferece testes rápidos –, além de parcerias com as ONGs para ações promoção e prevenção das DSTs.
Rodrigo Cardoso, do Grupo Dignidade, atuou como voluntário nesta manhã. “Vim dar minha contribuição para sensibilizar um número cada vez maior de pessoas. Se preservar é um gesto de amor para consigo mesmo”, disse.