Falta de leitos, funcionários em greve e decisão judicial desfavorável. O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está enfrentando uma das piores crises de sua história. O hospital é o maior do Paraná e todos os dias atende cerca de 2 mil pessoas são atendidas no local. A metade desse atendimento é de pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além de enfrentar a greve dos servidores técnicos administrativos desde a quinta-feira (20), o hospital sofre com um déficit de cerca de 600 pessoas e tem menos de 90 dias para cumprir uma determinação judicial e demitir 900 funcionários. De acordo com decisão da 1ª Vara do Trabalho, o HC deve fazer a demissão de todos os funcionários contratados pela Fundação UFPR, a Funpar. O hospital está sem realizar concurso público desde 2008 e possui 2,9 mil funcionários.
Do total de 550 leitos, 139 já estão desativados. No ano passado 94 leitos foram fechados por falta de profissionais e 50 já foram reabertos. O Hospital se recusa a aceitar a gerência de uma empresa privada, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). “Vamos continuar defendendo tanto os servidores da Funpar, que não podem viver com essa incerteza, quanto a excelência dos serviços prestados no HC, que são um direito da comunidade”, afirmou o reitor da UFPR, Zaki Akel, em entrevista coletiva.
Os dirigentes pretendem utilizar os 90 dias de prazo para negociar tanto com o Ministério Público do Trabalho quanto com o Ministério da Educação (MEC) em busca de uma solução definitiva para a questão, que se arrasta há quase três anos e meio.
O reitor lembra que uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, vai liberar servidores da UFPR para outras unidades, permitindo a reabertura de 22 leitos do hospital. Sobre a greve dos servidores técnico-administrativos da UFPR, o reitor informou que só nos próximos dias poderá ter uma noção exata do grau de adesão e de como isso irá se refletir nos serviços da UFPR e do HC.
O reitor já fez contato com o Sinditest para solicitar a manutenção do atendimento no hospital e evitar prejuízo à população. Um plano de contingência já aprovado garante o atendimento nos serviços de emergência e crônicos, como transplantes e quimioterapia.