Curitiba - A startup curitibana Munai foi um dos destaques do programa Global Health Innovation Grants, iniciativa da Fundação Bill & Melinda Gates que seleciona projetos de impacto global em saúde. O reconhecimento foi conquistado com o desenvolvimento de uma plataforma de inteligência artificial voltada à estratégia para combater a resistência antimicrobiana (RAM).

Equipe da Munai.
Startup curitibana prioriza implementação simples (Foto: ilustração/ Freepik)

Após a premiação, a empresa torna-se uma das poucas da América Latina a receber apoio financeiro e científico da instituição, reforçando o protagonismo brasileiro na inovação em saúde. A iniciativa também marca o início de uma parceria estratégica com a Duke University, uma das maiores referências mundiais em pesquisa médica.

O diretor da empresa curitibana, Cristian Rocha, comenta sobre o processo para serem selecionados pela fundação da Pfizer e afirma que conter um histórico anterior com a fundação promoveu entendimento sobre os critérios de avaliação.

Ser selecionado como um dos projetos apoiados pelo Global Health Innovation Grants foi extremamente positivo para nós. É o reconhecimento de um trabalho consistente de pesquisa e desenvolvimento que temos realizado nos últimos anos, afirma Cristian Rocha.

Tecnologia curitibana para um problema global

A solução desenvolvida pela Munai utiliza inteligência artificial generativa para apoiar decisões clínicas relacionadas ao uso de antimicrobianos, especialmente em hospitais. Através da integração com prontuários eletrônicos e protocolos institucionais, o sistema analisa dados dos pacientes em tempo real e sugere condutas alinhadas às melhores práticas médicas.

A proposta procura enfrentar um dos principais desafios da saúde pública global: a resistência antimicrobiana (RAM), considerada uma das maiores ameaças à saúde pública do século XXI. Segundo estimativas, a RAM gera mais de 25 milhões de internações por ano e US$ 168 bilhões em custos globais.

“Estamos focados na criação e validação de novos algoritmos, e no fortalecimento da nossa infraestrutura de integração com os sistemas clínicos”, explica Rocha.

Médico.
Munai conta com dados oficiais sobre aplicação da IA (Foto: ilustração/ Freepik)

Resultados da inovação da Munai já são vistos no país

A tecnologia já está em uso em diversos hospitais brasileiros. Segundo Cristian, foi registrada uma adesão de até 84% aos protocolos clínicos institucionais nas unidades que utilizam a solução. Também foram observadas reduções significativas no tempo de internação e melhorias no giro de leitos.

“Nosso foco é desenvolver uma ferramenta que reduza a carga de trabalho dos profissionais e traga eficiência ao atendimento. Construímos a tecnologia ouvindo médicos, farmacêuticos e gestores desde o início”, afirma o diretor.

Expansão e validação internacional

Com os recursos da premiação, a startup curitibana pretende acelerar a validação clínica dos algoritmos e avançar na expansão internacional. A América Latina está entre os primeiros alvos da empresa, que já mantém conversas com instituições em outros países, segundo o diretor.

Hospital.
Munai já projeta expansão internacional (Foto: ilustração/ Freepik)

Para Cristian, a parceria com a Duke University será fundamental na avaliação do impacto da tecnologia em ambientes hospitalares diversos.

“Muitas vezes, as soluções desenvolvidas aqui enfrentam barreiras de validação ou reconhecimento internacional, mas esse tipo de chancela demonstra que é possível criar inovação de nível global a partir do nosso ecossistema. Isso representa não só a Munai, mas o potencial de muitos outros projetos brasileiros, comenta Cristian.

IA da Munai garante segurança e processo rigoroso

Para garantir a segurança e a confiabilidade das recomendações feitas pela IA, a empresa adotou um processo rigoroso de validação técnica e clínica. Segundo o CEO, nenhum algoritmo é aplicado diretamente ao cuidado dos pacientes sem antes passar por diversas camadas de testes.

Cristian encerra comentando sobre a importância de engajar profissionais e unidas sobre a nova tecnologia e relembra que a IA chegou para somar ao mercado da saúde e não se tornar um obstáculo:

A melhor forma de engajar os profissionais é demonstrando valor real: redução de carga de trabalho, maior eficiência clínica e resultados concretos. Desenvolvemos a solução ouvindo diretamente dezenas de profissionais de saúde, entendendo suas dores e necessidades”, finaliza o diretor.

*Com supervisão de Guilherme Fortunato 

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Alana de Abreu

Estagiária de jornalismo

Aspirante a jornalista, Alana se dedica ao jornalismo investigativo, além de se especializar nas editorias de Cultura, como agenda de shows e listas 'de que fazer' na cidade, e de Entretenimento. Atualmente no quinto período de Jornalismo na Universidade Positivo, iniciou sua trajetória há 2 anos, começando como produtora de audiovisual.

Aspirante a jornalista, Alana se dedica ao jornalismo investigativo, além de se especializar nas editorias de Cultura, como agenda de shows e listas 'de que fazer' na cidade, e de Entretenimento. Atualmente no quinto período de Jornalismo na Universidade Positivo, iniciou sua trajetória há 2 anos, começando como produtora de audiovisual.