O laboratório Frischmann Aisengar indicou oito casos da variante do Reino Unido no Paraná na última semana de fevereiro, a partir de exame molecular de RT-PCR para Covid-19. Os resultados foram obtidos em uma pesquisa realizada pela instituição: na primeira semana de janeiro, dos 577 exames positivos, apenas um era da cepa B.1.1.7., conhecida como a variante inglesa.
Segundo levantamento da Fiocruz, no estado do Paraná cerca de 70,4% dos casos da Covid-19 são da variante brasileira P.1, no Amazonas, já classificada como uma ‘variante de preocupação’. Com alta taxa de transmissão, esta nova cepa tem comprometido outros estados do país com alta no número de casos e óbitos.
O estudo do laboratório analisou todos os testes realizados desde o início do ano, a quantidade de exames positivos e quantos desses pertenciam à cepa do Reino Unido. Para Myrna Campagnoli, diretora médica do laboratório Frischmann Aisengart, o estudo mostra que a variante inglesa e outras cepas podem ser responsáveis pelo aumento de prevalência de casos de Covid-19 no país. “O estudo mostrou que, na comparação entre a primeira semana de janeiro com a última semana de fevereiro, houve redução de 16% de exames positivos para Covid-19, e aumento de 700% na identificação da cepa inglesa. Tudo indica que as cepas têm potencial de transmissibilidade alta”, explica.
O levantamento aponta que, na penúltima semana de fevereiro, cinco de 483 exames positivos eram da cepa inglesa. Os países da Europa que encontraram casos da variante – possivelmente 70% mais transmissível – entraram em lockdown há mais tempo que o Brasil e vacinaram entre 20 e 50% da população.
O resultado reforça a importância das medidas de prevenção, amplamente conhecidas pela população: uso de máscaras, higienização das mãos com álcool gel 70% e, sempre que possível, manter o isolamento social para frear a disseminação do vírus.
A maior preocupação dos médicos é a capacidade de o sistema de saúde atender a todos que necessitarem. “Com a capacidade de transmissão aumentada pelas novas variantes, estamos acompanhando em todo o Brasil aumento das ocupações hospitalares, o que pode culminar no aumento da taxa de mortalidade. Por isso, além das medidas de prevenção, é imprescindível que as pessoas evitem aglomerações”, diz Myrna.
