Um dos exames clínicos mais comumente solicitados pelos médicos, o do índice de linfócitos no sangue, pode indicar se algo não vai muito bem no nosso organismo. Esse indicador é fundamental para avaliar nosso estado de saúde, especialmente do sistema imunológico.

Se você já fez um hemograma, pode eventualmente ter se deparado com um resultado indicando linfócitos altos ou baixos. Pois saiba que essa informação é valiosa para o acompanhamento do seu médico. Isso porque ela ajuda a apontar como está a sua imunidade e, em alguns casos, pode servir como sinal de alerta para infecções, inflamações ou até doenças mais sérias.
Mas, afinal, o que são os linfócitos, qual sua função no organismo e o que significa quando seus níveis estão fora do padrão? A seguir, você entenderá tudo isso de forma clara e objetiva.
O que são os linfócitos?
Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco, também chamados de leucócitos, que fazem parte essencial do sistema imunológico. Eles são responsáveis pela defesa do nosso organismo contra agentes invasores, como vírus, bactérias, fungos e até células tumorais.
Existem três principais tipos de linfócitos, cada um com funções específicas:
- Linfócitos B: produzem anticorpos, que são proteínas capazes de neutralizar microrganismos invasores.
- Linfócitos T: reconhecem e destroem células infectadas por vírus e também auxiliam outras células do sistema imunológico.
- Linfócitos NK (Natural Killers): são especializados em destruir células tumorais ou células infectadas que escapam do controle dos linfócitos T e B.
Juntos, esses linfócitos formam uma linha de frente contra infecções e participam da chamada imunidade adaptativa, aquela que “aprende” e “lembra” dos agentes agressores, oferecendo proteção de longo prazo.
Por que monitorar os linfócitos é tão importante

O equilíbrio na quantidade de linfócitos no sangue é fundamental. Quando seus níveis estão dentro dos parâmetros normais, isso geralmente indica que o sistema imunológico está funcionando de forma adequada.
Por outro lado, alterações — tanto para mais quanto para menos — podem ser sinais de que o organismo está reagindo a algum problema, seja uma infecção passageira ou uma condição de saúde mais séria.
Os linfócitos são avaliados, na maioria das vezes, através do hemograma completo, um exame de sangue de rotina que analisa os componentes do sangue, incluindo os glóbulos brancos.
Linfócitos altos: o que significa?
Quando o número de linfócitos no sangue está acima do normal, a condição é chamada de linfocitose. Esse aumento pode ser uma reação natural do organismo, mas também pode indicar problemas de saúde que precisam ser investigados.
Principais causas de linfócitos altos:
- Infecções virais: como gripe, mononucleose, hepatite e citomegalovírus.
- Infecções bacterianas: especialmente tuberculose e coqueluche.
- Doenças autoimunes: como lúpus e artrite reumatoide, em que o sistema imunológico ataca o próprio organismo.
- Cânceres hematológicos: como leucemias e linfomas, em que há proliferação descontrolada dos linfócitos.
- Estresse físico extremo: após exercícios intensos ou situações de estresse agudo.
Sinais de alerta:
Se os linfócitos estão discretamente elevados, isso pode ser apenas uma resposta temporária a uma infecção comum. Porém, quando os níveis estão muito acima do normal e de forma persistente, é fundamental investigar, especialmente para descartar doenças mais graves, como linfoma ou leucemia.
Linfócitos baixos: o que significa?

Quando o número de linfócitos está abaixo do normal, a condição recebe o nome de linfopenia. Ela indica que o sistema imunológico pode estar comprometido, deixando o organismo mais vulnerável a infecções.
Principais causas de linfócitos baixos:
- Infecções agudas e graves: como septicemia (infecção generalizada).
- Doenças virais crônicas: como HIV, que ataca diretamente os linfócitos.
- Uso de medicamentos imunossupressores: como corticoides ou quimioterápicos.
- Doenças autoimunes: que levam ao desgaste ou destruição das células de defesa.
- Desnutrição severa: que compromete a produção de células sanguíneas.
- Cânceres e tratamentos oncológicos: que reduzem a produção dos linfócitos na medula óssea.
Quais são os valores de referência dos linfócitos
Os valores podem variar um pouco de acordo com o laboratório, mas, de forma geral, os parâmetros considerados normais para adultos são:
- Entre 1.000 e 4.800 linfócitos por microlitro de sangue, ou cerca de 20% a 40% dos leucócitos totais.
Resultados acima ou abaixo desses valores merecem atenção, especialmente quando estão muito distantes dos limites ou quando aparecem associados a outros sintomas, como febre, cansaço excessivo, perda de peso sem explicação, manchas na pele, entre outros.
Quando procurar um médico

Alterações nos linfócitos podem surgir de algo simples, como uma gripe, mas também podem ser sinal de doenças que exigem acompanhamento e tratamento. Por isso, qualquer alteração identificada em exame de sangue deve ser comunicada a um médico, preferencialmente um clínico geral ou hematologista.
O profissional irá avaliar não apenas os linfócitos, mas todo o contexto clínico, os demais componentes do hemograma e, se necessário, solicitar exames complementares para entender a real causa da alteração.
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