
A Secretaria estadual da Saúde está remanejamento emergencialmente os estoques para evitar o desabastecimento na medida do possível
Devido aos recentes casos de meningite no Paraná, a Secretaria estadual da Saúde (SESA) solicitou, ao Ministério da Saúde, o aumento no número de doses da vacina contra a doença. Segundo o secretário da Saúde, Beto Preto, ela está em falta em alguns municípios. “Detectamos a falta em alguns locais e acionamos o ministério imediatamente, mas ainda não temos uma posição oficial”, declarou nesta quarta-feira (6).
Dados preliminares divulgados pela secretaria apontam que em 2018, o Paraná teve 1.601 casos de meningite dos mais variados tipos, com 108 mortes. Já em 2019, até o momento foram registrados cerca de 144 casos com 14 mortes.
Vacinas meningite no Paraná
De acordo com a SESA, está sendo feito um remanejamento emergencial dos estoques entre as várias Regionais de Saúde para evitar o desabastecimento na medida do possível.
A região de Francisco Beltrão, um dos locais onde falta a vacina, registrou a morte de um adolescente de Pérola do Oeste que estudava em Capanema. O rapaz, de 16 anos, estava desde o dia 1º de março no Hospital Regional do Sudoeste e morreu no dia 5.

Já na região noroeste do estado foram confirmados oficialmente dois casos da doença: um bebê de sete meses permanece internado no Hospital Universitário de Maringá desde sexta-feira (1º) e uma criança de cinco anos, que estava internada no Hospital Bom Samaritano Santa Rita, recebeu alta nesta quarta.
Doses insuficientes
O Paraná, assim como outros estados, está recebendo doses em quantidades insuficientes há mais de um ano. A demanda de meningogócica C conjugada é de 88 mil doses/mês e o Ministério envia uma média de 66 mil, portanto bem abaixo do necessário.

Calendário de vacinação
As vacinas que fazem parte do calendário oficial são a Meningo C, a Pneumo 10-Valente, a Haemophilus influenzae e a BCG, que imuniza contra formas graves de tuberculose com possibilidades de evoluírem para meningite.
No caso da meningite do tipo B, a vacina não faz parte do calendário definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, portanto não está disponível na rede pública.
O que é a meningite?
A meningite é geralmente causada por uma infecção viral, bacteriana ou fúngica e causa inflamação aguda das membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinal, denominadas coletivamente por meninges. . Mas também pode ser originada por outros microorganismos, como parasitas, ou até por complicações de outras doenças, entre elas o sarampo e a pneumonia. Daí a grande importância de todas as pessoas estarem com as vacinas em dia, para estarem imunizadas contra meningite de forma direta e indireta. As vacinas podem prevenir algumas formas de meningite.

A maior ocorrência da meningite está entre as causadas por vírus (60%), que costuma ser a forma benigna, com boa evolução para cura. Outros 30% são causados por bactérias – existem mais de 200 que podem provocar a doença. Elas ocorrem por complicações de outras doenças ou são transmitidas pelo contato entre pessoas. Os 10% restantes são causados por fungos ou protozoários.
Sintomas de meningite
Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, rigidez da nuca, febre, convulsão e vômito. Nas crianças abaixo de um ano, observa-se choro persistente e inchaço na moleira. Em alguns casos, o paciente pode também apresentar manchas vermelhas na pele (petequias).
Outros cuidados contra meningite
Além da vacinação, os principais cuidados contra a doença são higiene, ventilação dos ambientes e não-compartilhamento de objetos.