Em documentos enviados à CPI da Covid, Ministério da Saúde admitiu que os medicamentos que compõem o chamado “kit covid” e são defendidos por Jair Bolsonaro no combate ao novo coronavírus são ineficazes contra o vírus.
“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz documento.
Segundo o UOL, os medicamentos são usados para tratamento precoce, algo que é defendido por apoiadores do governo. Este tipo de tratamento chegou a ser indicado pelo aplicativo do Ministério da Saúde, TrateCov, em Manaus, no Amazonas, em janeiro, no auge da crise de oxigênio no estado. O aplicativo saiu do ar após a pasta alegar invasão hacker.
Entre os assuntos tratados na CPI, está justamente a apuração sobre a compra de medicamentos do “kit covid” sem eficácia para o tratamento da doença. Além disso, são investigadas a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde que teria influenciado o atraso na compra das vacinas e o favorecimento de laboratórios.
Na lista de testemunhas investigadas por insistirem no uso dos medicamentos estão o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ex-chefe da comunicação do governo, Fábio Wajngarten, as médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi e o ex-chanceler Ernesto Araújo. Também serão investigados o ex-assessor do Ministério da Saúde Elcio Franco, o conselheiro do presidente Arthur Weintraub, o empresário Carlos Wizard, Franciele Fantinato, Helio Neto, Marcellus Campelo, Paulo Marinho Zanotto, Luciano Dias Azevedo e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga.