O aumento no número de casos confirmados da COVID-19, causados pelo novo coronavírus, muitas dúvidas começaram a surgir. Uma das mais frequentes é com relação aos riscos que as gestantes correm e se as mulheres podem continuar amamentando se estiverem infectadas pelo novo coronavírus. É preciso interromper a lactação? Como proceder?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a amamentação deve, sim, ser mantida, mesmo que a mãe tenha testado positivo para o novo coronavírus. A interrupção deve acontecer somente se a mãe não se sentir bem. Ainda assim, são necessários alguns cuidados. Concordam com a SBP, ainda, o Departamento Científico de Aleitamento Materno e a FEBRASGO (Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
A convergência do discurso se deve ao fato de não haver estudos conclusivos que apontem a transmissão do vírus de mãe para filho por meio do leite materno. A base para a recomendação é a pesquisa publicada na revista de estudos científicos The Lancet, que colheu os dados sobre a COVID-19 em nove mulheres infectadas e com pneumonia causada pelo novo coronavírus.

Coronavírus não foi detectado
Para o estudo, foram testados o líquido amniótico, o leite materno, o sangue presente no cordão umbilical e a mucosa da faringe dos recém-nascidos. Em nenhuma das amostras foi detectada a presença do novo coronavírus. Órgãos de todo o mundo ressaltam que os benefícios da amamentação superam os riscos da contaminação.
Ainda assim, é importante que a mãe, infectada ou não, siga algumas regras de higiene. Thaís Bustamante, da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra que a higienização correta e frequente das mãos essencial. Além disso, é importante praticar o distanciamento social.
Aquelas que estão infectadas devem adotar o uso de máscaras de proteção na hora de se aproximar do bebê, para evitar a contaminação pelas gotículas de saliva.