“Nas últimas três ou quatro semanas nós estamos encontrando um grupo muito maior, duas ou três vezes maior, de pessoas com 30, 40 anos intubadas. Isso não tinha antes”. A afirmação do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, acontece no momento em que o Paraná vive o pior cenário da covid-19 desde o início da pandemia.
O aumento no número de casos do coronavírus entre jovens acontece com o surgimento da nova cepa da covid-19 que se espalhou pelo país.
“A doença está se espalhando com essa nova cepa, P1, amazônica, brasileira. Há uns 10 dias atrás, a FioCruz fez um teste no Paraná com os pacientes que têm carga viral mais alta, aplicou 216 testes para P1 e 70% foram confirmados”.
Diz Beto Preto.
Conforme o secretário da Saúde, “nós temos 21 dias muito difíceis pela frente”. Ele explicou que a circulação mais intensa da cepa amazônica deve durar oito semanas e que o Paraná está na quinta semana desde o aumento no número de casos da variante P1.
“Não está fácil. Todos os dias com esses números, é a mesma situação que eu tenho visto em diversos hospitais. Médicos com dificuldades para equipamentos, equipes com dificuldades para ter o médico ou enfermeiro à disposição, e principalmente, uma luta diária para manter os estoques dos medicamentos de sedação”.
Conta o secretário.
“Nós temos 1.500 paranaenses hoje nas UTIS do Paraná e 1.200 estão intubados”, explicou Beto Preto. A falta de medicamentos de sedação colocaria em risco os pacientes que se recuperam nos hospitais com auxílio dos respiradores.
Apelo
Ao final da entrevista para o Balanço Geral, o secretário Beto Preto fez um apelo para que a população não relaxe nas medidas de prevenção.
“Eu peço, por gentileza: fiquem firmes na defesa do distanciamento social, do uso da máscara, álcool em gel, pode parecer que a gente está repetindo há um ano, mas é isso que consegue ainda diminuir a circulação do vírus”.
Finaliza.
Na entrevista, Beto Preto também falou sobre o aumento no número de mortalidade dos pacientes, sobre a vacinação e sobre a fila para leitos de enfermaria e UTI no Estado.
