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Dois personagens contam como encararam os principais obstáculos para perder 30 kg ou ganhar 20 kg, em uma transformação física, emocional e social

João Prospiter, fotógrafo e consultor: dos 60 kg aos 80 kg

Era o começo dos anos 2000 quando João Prospiter cursava o Ensino Fundamental em União da Vitória, interior do Paraná. Apesar de saudável, sempre se achou muito magro – custava a alcançar a casa dos 60 kg, mesmo com seu 1,77 m. Sentia-se alvo de bullying e sofria intensamente cada vez que precisava apresentar um trabalho diante da classe.

Por outro lado, sempre soube que esse acanhamento não o levaria muito longe. Decidiu, então, que precisava ser muito bom em alguma coisa e, mesmo sem um talento nato para o esporte, tornou-se um dos melhores jogadores de vôlei da cidade.

O esporte foi o foco da sua vida até os 18 anos, época em que ele se sentia ainda mais magro do que antes. Isso continuava sendo um incômodo e motivo de insegurança. “Foi quando eu decidi ganhar peso a qualquer custo”, conta ele. O caminho? Diminuir a atividade física e simplesmente ingerir muitas calorias. Ele comia doces, carboidratos, fast food e industrializados, tudo em grande quantidade.

Até que um dia, de uma hora para outra, Prospiter acordou 7 kg mais pesado. O motivo era preocupante: um inchaço repentino, causado por uma doença renal chamada glomerulonefrite, doença que atinge o aparelho renal e ocupou oito meses da sua vida e o afastou temporariamente da carreira de fotógrafo, que estava começando.

“Não sei como a doença iniciou, mas cometi tantos equívocos alimentares naquela época que acredito ter colaborado para que a situação ficasse tão crítica”, lembra. Em seguida, vieram crises de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde.

“A magreza extrema gerou um trauma. Se eu entrava em um restaurante, tinha vergonha de fazer o pedido. E, se via duas pessoas rindo, eu achava que era de mim”, afirma. “A insegurança era enorme. Foi aí que tomei mais uma grande decisão: ganhar peso com saúde.”

O primeiro passo foi normalizar o organismo. Fazer atividade física sem medo da perda de calorias e associar isso a uma alimentação saudável e favorável ao ganho de massa magra. Treinamento funcional com personal trainer, acompanhamento de um nutricionista, abandono dos refrigerantes e consumo eventual de doces e álcool se tornaram alguns dos pilares da sua vida.

Durante esse processo, Prospiter foi ganhando força para a realização dos seus planos. Sua carreira como fotógrafo estourou, ele se mudou para Curitiba e se tornou referência no meio. “Após vencer a depressão, a minha autoconfiança veio tão forte que de repente ela era o meu grande diferencial. Passei a ser um modelo de como se posicionar profissionalmente”, afirma.

“Eu decidi fazer a vida acontecer do meu jeito e me dedico todos os dias a ser quem eu escolhi ser”

Agora, aos 26 anos, com 80 kg e apenas 7% de gordura no corpo, Prospiter leva sua experiência de vida a outras pessoas. No último ano, lançou-se no segmento de consultoria e passou a oferecer mentoria a quem busca desenvolver competências pessoais e profissionais, além de palestras e workshops em todo o Brasil.

Com mais de 80 mil seguidores em redes sociais, o jovem que tinha medo de apresentar trabalhos na escola agora encara plateias de até 1,5 mil pessoas, passando por cidades como Recife, Belém, Palmas, Porto Alegre, Balneário Camboriú e outras.

Para Prospiter, o céu é o limite. Além de fotógrafo e consultor, ele planeja a abertura de uma loja de vestuário e acaba de lançar uma marca de chocolates. “Eu decidi fazer a vida acontecer do meu jeito e me dedico todos os dias a ser quem eu escolhi ser”, resume.

Rodrigo Tineu, gerente de vendas da Dolce