As avaliações neuropsicológicas e exames de imagem estão entre os exames sugeridos pelos especialistas a pacientes que se recuperaram da Covid-19 e têm procurado os consultórios alegando estarem enfrentando sequelas deixadas pela doença, como esquecimento. Além desses, existem outros aliados que utilizam a tecnologia para facilitar o diagnóstico.

Esse é o caso do aplicativo ALTOIDA, que usa a realidade aumentada e a inteligência artificial para aprimorar os métodos atuais, é uma das opções da atualidade.

“O paciente faz o exame em um tablet. São atividades lúdicas que mapeiam cerca de 750 biomarcadores digitais exclusivos do cérebro. Por ele, o médico recebe informações que ajudam a entender o que pode estar acontecendo com o cérebro naquele momento e sugerir alguns tratamentos, que vão de medicação a terapias”,

revela o neurologista e professor livre-docente em neurologia pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Renato Anghinah,.

A ferramenta, que também é um apoio para o diagnóstico de demências, foi desenvolvida na Suíça por uma equipe de especialistas, cientistas, médicos e engenheiros, embasado em mais de 20 anos de pesquisas científicas. O software conta com 15 estudos científicos publicados no qual participaram mais de 3,5 mil pessoas. No mundo, mais de 120 mil pessoas já passaram por esse exame. 

Com o reconhecimento do European Institute of Innovation & Technology (membro da União Europeia), aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), entre outros, em agosto deste ano, o método recebeu o prêmio Breakthrough Devices Program pela agência americana FDA (Food and Drug Administration).

A inovação já chegou ao Brasil, inclusive em Curitiba – primeira cidade da região sul a recebê-lo.

Sobre a síndrome

De acordo com o neurologista e professor livre-docente em neurologia pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Renato Anghinah, a chamada síndrome pós-Covid-19 relacionada ao esquecimento é um tema em que está sendo fortemente pesquisado. Segundo Anghinah, sintomas como perda de memória a curto prazo, falta de atenção e fadiga são os que acomete os infectados por semanas.

“O vírus não acomete diretamente o cérebro, a medula, nem nervos. O que ocorre é que ele promove uma tempestade inflamatória no organismo, que não tem uma resposta imunológica”.

O especialista explica que cerca de 35% dos pacientes curados apresentam queixas de mente nublada ou de prejuízo de memória. Para conseguir um diagnóstico preciso da síndrome, o neurologista explica que realizar os exames é extremamente necessário, para tirar a dúvida de outros problemas cognitivos.