Como dissemos no começo da semana, a vacina contra o coronavírus fica cada dia mais próximo da realidade. Nesta terça-feira (28), o governo do Paraná deu mais um passo na parceria de cooperação técnica e científica com a China para iniciar a testagem e a produção de vacina contra o coronavírus no Estado, por meio do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná).

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou, durante ato simbólico por videoconferência, o termo de confidencialidade com a empresa estatal chinesa Sinopharm, que possibilitará a realização da terceira fase de testes da vacina no Paraná. A expectativa é que o processo possa começar ainda no mês de agosto.

Atualmente, apenas os Emirados Árabes Unidos, com 15 mil voluntários, participaram da experiência, que começou neste mês. “É mais um passo, mais um avanço na pesquisa em busca de uma solução para o coronavírus. Esperamos ter sucesso para ajudar o Paraná, o Brasil e os países vizinhos”, afirmou o governador.

Além de passar a integrar o processo de testagem, o acordo garante ao Paraná acesso ao resultado das duas primeiras fases de testagem. Segundo o laboratório, os processos iniciais, já encerrados, tiverem 100% de positivação e sem reação adversa grave.

Agora, destacou Ratinho Junior, serão estabelecidos o termo científico regulatório e o protocolo sanitário de validação para identificar o melhor modelo de testagem a ser seguido. No caso da manutenção dos resultados favoráveis, haverá repasse de tecnologia por parte do Sinopharm para que o Tecpar possa produzir a vacina. A empresa estima finalizar os testes em estágio avançado em humanos em três meses.

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Foto: Rodrigo Felix Leal/Divulgação.

Instituto paranaense vai poder produzir a vacina para o Brasil

De acordo com o governador, a intenção é fazer do instituto paranaense um polo produtor e distribuidor do medicamento para o restante do Brasil e também para países da América do Sul. Ele afirmou, porém, que todo o processo depende da liberação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Conversei com o ministro da Saúde Eduardo Pazuello e ele se mostrou muito interessado, indicando que o Governo Federal será um grande parceiro neste projeto. São protocolos importantes que fazem a parceria avançar, ganhar velocidade”, disse Ratinho Junior.

A intenção é que nos próximos 15 dias o termo seja submetido aos órgãos regulatórios. Após a aprovação, deve ser iniciada a fase de testagem da população. A expectativa é que o processo seja iniciado até o fim de agosto. De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, estudos clínicos na fase III, que avaliam a eficácia da vacina, costumam ser feitos em torno de três a quatro meses.

Apenas após resultados satisfatórios obtidos na fase III, lembrou ele, é possível iniciar as tratativas para a produção, uma nova etapa na parceria. Inicialmente, os resultados dos estudos clínicos devem ser submetidos à Anvisa e ao Ministério da Saúde, para que seja solicitada a permissão de produção.