Como não é novidade para os paranaenses, o governo decretou medidas mais rígidas para conter o coronavírus. Apesar disso, mesmo com estas novas regras, o número de infectados pela doença no Paraná deve piorar no decorrer dos próximos dias.
A projeção é do professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), José Rocha Faria Neto. “Ainda é muito precoce verificar, nos próximos dias, qualquer impacto das normas de restrição previstas pelo Governo do Estado”, avalia.
O professor está à frente de um estudo que monitora a evolução da doença no estado, ligado ao Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da Universidade (Epicenter). Ele destaca que entre os dias 1° e 2 de julho foi registrado o recorde de casos confirmados no período de 24 horas.
Ao todo, nestes dois dias, foram 2 mil diagnósticos de coronavírus em apenas um dia. O total de diagnósticos confirmados no Estado até o momento é de 32.411 casos e 806 mortes, desde que os dados começaram a ser divulgados, em 12 de março.

Ocupação de leitos de UTI para coronavírus
Outro ponto que merece atenção diz respeito à taxa de ocupação dos leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Leste do Paraná, onde fica Curitiba. No momento, a ocupação é de 82% – número mais alto atingido na região até então. Ainda, foi registrado aumento de 11% no número de pacientes internados nas UTIs do Leste entre os dias 30 de junho e 3 de julho.
“É preciso que a população tenha disciplina para reverter o quadro”, diz o médico.
Segundo José Rocha Faria Neto, as pessoas devem respeitar as orientações de forma rígida. “Quem for de grupo de risco deve ficar em casa e a circulação de pessoas deve ser a menor possível. Quem precisar sair, deve usar máscara sempre, higienizar as mãos com frequência, evitar aglomerações e locais fechados e manter distância de, pelo menos, dois metros de outras pessoas”, orienta o médico.

Região Oeste preocupa
A situação da região Oeste do Paraná também é preocupante. Segundo o monitoramento feito pelo Epicenter da PUC-PR, que utiliza como base de dados informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, a cidade de Cascavel, a mais importante da região, registra taxa de 954,17 casos para cada 100 mil habitantes.
A taxa de ocupação de leitos de UTI na região, que tinha registrado leve queda, voltou a subir. Se em 29 de junho o índice era de 77%, na quinta-feira (2) a taxa era de 66% e nesta sexta-feira (3) chegou a 74%.