55% dos pacientes que estão na fila de espera por um coração morrem antes da cirurgia. Com a utilização do coração artificial, este quadro tende a mudar

O Paraná será o primeiro estado do Brasil a oferecer pelo sistema de saúde pública o dispositivo de assistência ventricular, conhecido popularmente como coração artificial, a pacientes que esperam transplante cardíaco. A Secretaria Estadual da Saúde disponibilizou na última semana R$ 1,4 milhão à Santa Casa de Misericórdia de Curitiba para a aquisição dos equipamentos necessários para esse tipo de cirurgia. O hospital é responsável por metade dos transplantes de coração feitos no Paraná.

Nesta quinta-feira (05), uma equipe da Santa Casa se reuniu com o governador Beto Richa em Curitiba para apresentar o aparelho que prolonga a vida de quem aguarda um transplante de coração. Dados da Central Estadual de Transplante mostram que 55% dos pacientes que estão na fila de espera por um coração morrem antes de serem submetidos à cirurgia. Com a utilização do coração artificial, este quadro tende a mudar, segundo o governo.

O governador afirmou que o estado já disponibiliza todos os medicamentos necessários e se destaca na captação de órgãos. “Agora, oferecerá um novo recurso para prolongar a vida dos pacientes que precisam passar por esse procedimento”, ressaltou.

Em 2015, foram feitos 28 transplantes cardíacos no Paraná, 15 deles na Santa Casa de Curitiba. De acordo com a Secretaria de Saúde, 43 pacientes estão na lista de espera por um coração atualmente.

A doutora Lídia Moura, cardiologista responsável pelo Programa de Transplante Cardíaco da Santa Casa de Curitiba, destacou que a utilização de dispositivos de assistência circulatória mecânica é, na maioria dos casos, a única possibilidade de sobrevivência durante a espera do doador. “Em alguns casos, nem o medicamento funciona. O dispositivo fará a ponte desde o momento em que o coração começa a falir até a chegada de um novo órgão”, ressaltou.