Em declaração no Senado nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello disse que não foi avisado sobre um eventual colapso no fornecimento de oxigênio aos hospitais de Manaus (AM). Segundo ele, as informações que chegaram ao ministério diziam respeito a “dificuldades técnicas” na distribuição do produto, área que não seria de competência da União.
A afirmação, no entanto, não condiz com manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhada ao Supremo Tribunal Federal em janeiro, segundo a qual o Ministério da Saúde teve ciência do problema no dia 8 do mesmo mês. O documento atesta que a pasta foi informada da “crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus” por meio de e-mails enviados pela empresa fabricante.
Pazuello citou um relatório da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), entregue no dia 9 de janeiro, que mencionava problemas na “pressurização” do oxigênio para os hospitais.
“Os fatos relatados, puros e secos, indicam deficiência na gestão dos hospitais por dificuldades técnicas em redes de gases. Em momento algum fala-se sobre falta de oxigênio, colapso de oxigênio ou previsão de falta de oxigênio. Rede de gases são os tubos, e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é [questão de] regulação entre um e outro. O Ministério da Saúde não tem qualquer competência para fabricação, transporte e distribuição e oxigênio”
disse Pazuello
Além disso, Pazuello afirmou que a fabricante de oxigênio apresentou essas “dificuldades logísticas” apenas no dia 11, quando o ministro já estava em Manaus.
A explicação desta quinta também vai de encontro a declarações anteriores feitas por Pazuello, em entrevista coletiva concedida no dia 18 de janeiro. Na ocasião, ele havia informado que um comunicado da empresa fabricante de oxigênio para Manaus, feito no dia 8 daquele mês, alertara para a possibilidade de falta do insumo nos hospitais do Amazonas.