Cada vez mais comuns, os exames que detectam a presença da proteína C-reativa, mais conhecida como PCR, no organismo são um importante meio de diagnóstico de doenças. No entanto, esse índice, por si só, não é capaz de indicar uma enfermidade específica, devendo sempre ser interpretado pelo médico.

tubos de ensaio com exames de sangue
Exame de PCR é um importante aliado dos médicos (Foto: Pixabay)

A PCR é uma substância produzida pelo fígado e liberada na corrente sanguínea em resposta a processos inflamatórios no corpo. Assim, essa espécie de marcador inflamatório tem grande importância na medicina. Isso porque alterações nos níveis da proteína podem indicar a presença de inflamações, infecções ou outras condições clínicas em um paciente.

O exame de PCR é um dos testes laboratoriais mais solicitados quando há suspeita de que algo não vai bem no organismo — e compreender seus significados pode ajudar no diagnóstico precoce e no acompanhamento de diversas doenças.

O que é a PCR

A PCR é considerada uma proteína de fase aguda. Ou seja, sua concentração no sangue aumenta significativamente em resposta a processos inflamatórios, infecciosos ou traumáticos. Sua função no organismo está ligada à resposta imune: ela participa do reconhecimento e eliminação de células danificadas, além de auxiliar o sistema imunológico a combater agentes invasores, como bactérias.

Ela foi identificada pela primeira vez em 1930, em pacientes com pneumonia, e desde então se tornou um marcador universal de inflamação sistêmica. O exame de PCR é simples, feito por meio de uma coleta de sangue e amplamente disponível em laboratórios.

laboratório de análises clínicas
Níveis altos de PCR podem indicar graves enfermidades (Foto: Pixabay)

Para que serve o exame de PCR

O principal objetivo do exame de PCR é detectar e monitorar a presença de inflamações no organismo. Ele não é específico para uma única doença, mas funciona como um alerta de que há algum processo inflamatório ou infeccioso em andamento. É utilizado em diversas situações clínicas, como:

  • Avaliação de infecções bacterianas e virais: A PCR se eleva rapidamente em infecções agudas, principalmente bacterianas. Em infecções virais, a elevação costuma ser mais moderada.
  • Monitoramento de doenças autoimunes e inflamatórias: Em condições como lúpus, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal, a PCR ajuda a acompanhar a atividade da doença.
  • Diagnóstico de complicações pós-operatórias: O aumento da PCR pode indicar infecções após cirurgias ou outras complicações inflamatórias.
  • Avaliação de risco cardiovascular: Existe uma versão do exame chamada PCR-ultrassensível (PCR-us), que mede concentrações muito baixas da proteína. Esse teste é usado para estimar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
equipamentos para exames de sangue
Análise de exames de sangue determina os níveis da PCR no organismo (Foto: Pixabay)

Valores normais e interpretação dos resultados

Em pessoas saudáveis, os níveis de PCR costumam ser baixos, geralmente abaixo de 1 mg/L. No entanto, os valores podem variar de acordo com o laboratório e o método utilizado. De forma geral, a interpretação dos resultados segue os seguintes padrões:

  • PCR abaixo de 1 mg/L: risco cardiovascular baixo; ausência de inflamação significativa.
  • PCR entre 1 e 3 mg/L: risco cardiovascular intermediário; pode indicar inflamação leve.
  • PCR acima de 3 mg/L: risco cardiovascular alto ou presença de inflamação moderada a intensa.
  • PCR acima de 10 mg/L: geralmente indica infecção aguda, inflamação significativa ou doença crônica ativa.
  • PCR acima de 100 mg/L: pode estar associada a infecções bacterianas graves, como sepse, pneumonia ou outras condições inflamatórias severas.

Vale lembrar que a PCR é um marcador inespecífico, ou seja, não aponta diretamente a causa da inflamação. Por isso, seu resultado deve sempre ser interpretado junto com o histórico clínico do paciente, sintomas, outros exames laboratoriais e, quando necessário, exames de imagem.

Quando o médico solicita o exame

O exame de PCR pode ser solicitado em diversas situações, especialmente quando o paciente apresenta sintomas como febre, dores articulares, fadiga persistente, perda de peso inexplicada ou qualquer sinal que sugira inflamação ou infecção. Ele também é comum no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas inflamatórias, como artrite reumatoide, para avaliar se o tratamento está funcionando adequadamente.

consultório médico
Resultados dos exames devem ser cuidadosamente avaliados pelo médico (Foto: Pixabay)

Nos últimos anos, o exame de PCR também ganhou destaque durante a pandemia de covid-19, sendo então usado como um dos parâmetros para avaliar a gravidade da inflamação pulmonar nos pacientes infectados. Na época, o mais comum eram os exames feitos pela coleta de secreção nasal, mais simples de fazer, mas menos eficientes que os testes sanguíneos.

E resumo, a proteína C-reativa é uma ferramenta valiosa para médicos e pacientes, permitindo identificar de forma rápida a presença de inflamações ou infecções no organismo. Embora não forneça um diagnóstico definitivo por si só, o exame de PCR contribui para o direcionamento clínico e o monitoramento da resposta ao tratamento. Se os seus níveis estiverem elevados, é importante investigar a origem da alteração com apoio médico, buscando compreender o que o corpo está tentando sinalizar. Afinal, entender os sinais do próprio organismo é um passo fundamental para manter a saúde em dia.

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perfil Luciano Balarotti
Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.