As pessoas normalmente associam o sonambulismo a episódios inofensivos, nos quais alguém anda ou realiza ações simples enquanto dorme. No entanto, essa disfunção do sono pode ir muito além do comportamento curioso. Em alguns casos, está relacionada a problemas sérios de saúde mental e neurológica.

mulher deitada dormindo para ilustrar sonambulismo
Fatores como estresse, privação de sono e consumo excessivo de álcool podem desencadear ou agravar episódios de sonambulismo (Foto: Ilustração/Canva)

De acordo com especialistas, o sonambulismo afeta principalmente crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Dessa forma, nestes casos é mais associado a distúrbios psicológicos, degenerativos ou até neurológicos.

O que é o sonambulismo?

O sonambulismo ocorre durante o sono de ondas lentas (NREM), fase do sono profundo em que o corpo repousa. Durante esses episódios, a pessoa pode sentar na cama, caminhar, realizar ações automáticas e, em alguns casos, até falar ou abrir portas. Tudo isso acontece sem estar consciente e geralmente sem lembrar do que aconteceu ao acordar.

Relação com transtornos mentais

Segundo o site Healthline, “em alguns casos, o sonambulismo pode estar associado a condições de saúde mental, como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)”. Além disso, quadros de privação de sono, abuso de álcool ou medicamentos sedativos também podem desencadear episódios.

mulher deitada para ilustrar casos de sonambulismo
Médicos recomendam que casos recorrentes sejam investigados com acompanhamento especializado (Foto: Ilustração/Canva)

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A mesma publicação afirma que, embora o sonambulismo não represente, por si só, um transtorno mental, ele pode indicar ou resultar de uma condição psicológica oculta

Doenças neurológicas e degenerativas

Além de transtornos mentais, o sonambulismo pode estar ligado a doenças neurológicas degenerativas, como o Parkinson e o Alzheimer. Alterações nos padrões de sono podem ser sinais precoces de doenças como demência e Doença de Parkinson, mesmo antes do aparecimento dos sintomas clássicos dessas condições.

“Em todos os casos modificam o desenvolvimento habitual do ciclo formado pelo sono e pela vigília, e em algumas pessoas, interferem no funcionamento mental, emocional ou físico do indivíduo”, diz o artigo publicado no site Cidade Verde.

Implicações jurídicas e diagnóstico médico

A relação entre sonambulismo e saúde mental também levanta questões no campo jurídico. Especialistas em direito e psiquiatria forense destacam, em artigo publicado pelo portal ConJur, que a Justiça reconhece o sonambulismo como uma condição que pode levar à inimputabilidade penal em determinados casos.

mulher deitada dormindo
O sonambulismo levanta discussões complexas no campo do Direito Penal, especialmente quando um episódio resulta em um ato criminoso (Foto: Ilustração/Canva)

Segundo o texto, quando o agente, durante o estado de sonambulismo, pratica um ato tipificado como crime, pode ser considerado inimputável, uma vez que está privado de consciência e voluntariedade.

Esse reconhecimento é possível justamente porque o sonambulismo pode ser expressão de um distúrbio mental. Como explica o artigo, para fins jurídicos, o sonambulismo é enquadrado como doença mental, podendo excluir a responsabilidade penal do acusado, a depender da avaliação médica e psicológica.

criança deitada e dormindo
A identificação precoce de sonambulismo pode ser essencial para o diagnóstico de condições mais graves (Foto: Ilustração/Canva)

Tratamento e cuidados com sonambulismo

O tratamento do sonambulismo depende da causa. Em crianças, geralmente não há necessidade de intervenção médica, pois os episódios tendem a desaparecer com a idade. Já em adultos, é fundamental identificar se o sonambulismo está ligado a outra condição de saúde.

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Mahara Gaio

Repórter

Jornalista formada pela Universidade Positivo e pós-graduada em Jornalismo Digital. Produz pautas com foco em Clima e Tempo, além de Segurança, com ênfase em crimes e acidentes de repercussão no Paraná.

Jornalista formada pela Universidade Positivo e pós-graduada em Jornalismo Digital. Produz pautas com foco em Clima e Tempo, além de Segurança, com ênfase em crimes e acidentes de repercussão no Paraná.