As pessoas normalmente associam o sonambulismo a episódios inofensivos, nos quais alguém anda ou realiza ações simples enquanto dorme. No entanto, essa disfunção do sono pode ir muito além do comportamento curioso. Em alguns casos, está relacionada a problemas sérios de saúde mental e neurológica.

De acordo com especialistas, o sonambulismo afeta principalmente crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Dessa forma, nestes casos é mais associado a distúrbios psicológicos, degenerativos ou até neurológicos.
O que é o sonambulismo?
O sonambulismo ocorre durante o sono de ondas lentas (NREM), fase do sono profundo em que o corpo repousa. Durante esses episódios, a pessoa pode sentar na cama, caminhar, realizar ações automáticas e, em alguns casos, até falar ou abrir portas. Tudo isso acontece sem estar consciente e geralmente sem lembrar do que aconteceu ao acordar.
Relação com transtornos mentais
Segundo o site Healthline, “em alguns casos, o sonambulismo pode estar associado a condições de saúde mental, como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)”. Além disso, quadros de privação de sono, abuso de álcool ou medicamentos sedativos também podem desencadear episódios.

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A mesma publicação afirma que, embora o sonambulismo não represente, por si só, um transtorno mental, ele pode indicar ou resultar de uma condição psicológica oculta
Doenças neurológicas e degenerativas
Além de transtornos mentais, o sonambulismo pode estar ligado a doenças neurológicas degenerativas, como o Parkinson e o Alzheimer. Alterações nos padrões de sono podem ser sinais precoces de doenças como demência e Doença de Parkinson, mesmo antes do aparecimento dos sintomas clássicos dessas condições.
“Em todos os casos modificam o desenvolvimento habitual do ciclo formado pelo sono e pela vigília, e em algumas pessoas, interferem no funcionamento mental, emocional ou físico do indivíduo”, diz o artigo publicado no site Cidade Verde.
Implicações jurídicas e diagnóstico médico
A relação entre sonambulismo e saúde mental também levanta questões no campo jurídico. Especialistas em direito e psiquiatria forense destacam, em artigo publicado pelo portal ConJur, que a Justiça reconhece o sonambulismo como uma condição que pode levar à inimputabilidade penal em determinados casos.

Segundo o texto, quando o agente, durante o estado de sonambulismo, pratica um ato tipificado como crime, pode ser considerado inimputável, uma vez que está privado de consciência e voluntariedade.
Esse reconhecimento é possível justamente porque o sonambulismo pode ser expressão de um distúrbio mental. Como explica o artigo, para fins jurídicos, o sonambulismo é enquadrado como doença mental, podendo excluir a responsabilidade penal do acusado, a depender da avaliação médica e psicológica.

Tratamento e cuidados com sonambulismo
O tratamento do sonambulismo depende da causa. Em crianças, geralmente não há necessidade de intervenção médica, pois os episódios tendem a desaparecer com a idade. Já em adultos, é fundamental identificar se o sonambulismo está ligado a outra condição de saúde.
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