300 presos de 23 unidades prisionais do Paraná já confeccionaram mais de 318 mil máscaras até dia 12 de maio. De acordo com o Governo do Estado, a produção dos equipamentos de segurança para combater o coronavírus chega a 10 mil itens diariamente.

Além de máscaras, foram fabricados ainda quase 10,4 mil jalecos e cerca de 4,5 mil itens para hospitais como lençóis, pijamas e escudos faciais.

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Conforme Romulo Marinho Soares, secretário da Segurança Pública, os materiais estão sendo produzidos há pouco mais de um mês.

“Sabemos que a demanda destes produtos de segurança individual seria grande e o mercado poderia não absorver. Com os presos confeccionando máscaras, por exemplo, estamos conseguindo atender as demandas internas e ainda compartilhar com as prefeituras e casas de saúde”, destacou o secretário.

Dos 333 mil itens confeccionados dentro do sistema prisional do Paraná, pelo menos 53,7% (ou 179 mil) foram repassados para outras corporações da Secretaria da Segurança Pública (Polícias Militar, Civil e Científica) e, também, a hospitais públicos, guardas municipais, prefeituras, centros de socioeducação e instituições religiosas.

Produção também beneficia os detentos

Conforme Francisco Alberto Caricati, diretor geral do Departamento Penitenciário (Depen), a produção dentro das unidades ainda beneficia os próprios presos, que recebem um pecúlio e remição de um dia pena a cada três trabalhados.

“Toda essa produção de equipamentos de proteção individual mostra que ainda podemos acreditar na recuperação do preso, porque pessoas que antes cometeram uma violação contra a sociedade, são as que estão ajudando a superar esta crise”, ressaltou.

Além disso, o trabalho traz economia aos cofres públicos. Um levantamento interno do Depen mostra que, se o material fosse comprado com recursos próprios, a instituição gastaria em torno de R$ 1 por máscara de tecido cirúrgico.

“Com a compra de materiais e mão de obra dos presos, estamos investindo apenas cerca de R$ 0,35 por unidade produzida”, calculou o chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento (Seprod) do Depen, Boanerges Silvestre Boeno Filho.

Neste valor também estão inclusos os custos de aviamentos (como linha, elástico e arame plastificado).

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Foto: Depen

Oficinas

Segundo Boanerges Silvestre Boeno Filho, chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento (Seprod) do Depen, diversas oficinas de costura de empresas conveniadas às unidades prisionais do estado suspenderam ou reduziram temporariamente a produção por conta da pandemia do Covid-19.

“Com isso, temos voltado as confecções à fabricação de máscaras, principalmente, e jalecos, que são distribuídos aos profissionais da saúde e da segurança pública”, afirmou o chefe do Seprod.

O número de internos nestes canteiros de trabalho tende a crescer, pois o sistema continua abrindo vagas para presos trabalharem nos setores de costura dos equipamentos de proteção individual.

“Fizemos um levantamento de todas as unidades prisionais que pediram e logo devemos chegar a 370 detentos trabalhando na costura de máscaras e jalecos, entre outros produtos, em todo o estado”, afirmou Boanerges.