Um preso de 20 anos morreu na tarde desta terça-feira (19), no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Creomar Vieira de Santana cumpria pena no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, também na RMC, e estava com suspeita de coronavírus.
A reportagem do RIC Mais apurou que Creomar deu entrada no hospital já em estado grave. Ele foi internado com suspeita da covid-19, doença provocada pelo vírus, e nesta segunda-feira (18) à noite, precisou ser entubado.
Conforme o que foi levantado de forma preliminar, além da suspeita de coronavírus, Creomar teria também suspeitas de outras possíveis doenças. Ele passou por exames, que vão atestar qual foi a causa da morte.
Por enquanto ainda não há uma resposta precisa sobre o teria provocado o óbito. À reportagem, o hospital informou, por meio da assessoria de imprensa, que o resultado dos exames deve sair nas próximas horas, nesta quarta-feira (20).
Em nota, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) informou que o preso foi encaminhado com dores abdominais, do Complexo Médico Penal, ao Hospital Angelina Caron, “onde foi feito o teste para Covid-19, porém, ainda não há resultado“. Sendo assim, ainda não há a causa da morte.
Segundo familiares ao RIC Mais, Creomar foi preso há 20 dias. Ficou doente, foi levado ao CMP e no sábado (16) ao Hospital Angelina Caron. “No laudo que pegamos não consta o coronavírus, consta pneumonia asmática e bronquite, mas queremos saber se ele morreu mesmo de coronavírus ou do que diz no laudo”, comentou uma familiar. O sepultamento de Creomar vai ser nesta quarta-feira, com caixão fechado, e o velório de 10 minutos.

Complexo Médico Penal, coronavírus e Lava Jato
O Complexo Médico Penal (CMP), onde Creomar estava preso, tem hospital e enfermaria, é o destino dos presos que acabam doentes. O CMP foi o presídio que abrigou os detidos pela operação Lava Jato e de outras operações anticorrupção da Polícia Federal no Paraná. Hoje em dia, nenhum preso da Lava Jato continua no presídio.
Atualmente, por causa da crise do coronavírus, o Complexo Médico Penal teve separada uma galeria para atender exclusivamente os presos que apresentem sintomas da doença, desde o início da pandemia. “Esta é uma medida de segurança planejada pelo Departamento Penitenciário para melhor atender aos presos e criar uma proteção no sistema prisional“, disse a nota do Depen.
Ações para conter coronavírus nos presídios
Nesta terça-feira, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, e o secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, assinaram um plano de ação integrada para enfrentamento da covid-19 nas carceragens de delegacias de polícia e penitenciárias do Paraná. A plano se soma às medidas já adotadas desde março no sistema prisional de todo o Estado.
A ação se deu um dia depois de ter sido confirmado o primeiro registro de coronavírus num presídio, em Maringá, Norte do Paraná. Por lá, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), o detento é do regime semiaberto na Colônia Penal de Maringá (CPIM) e saiu temporariamente e voltou no dia 4 de maio com sintomas da doença. O preso foi colocado em quarentena junto a outros 12 presos, que também retornaram com ele no mesmo dia.
O plano para conter o coronavírus nos presídios prevê medidas de isolamento de presos, desde a triagem, quando ele chega, até o tratamento daquele que apresentar sintomas ou a doença propriamente dita. Também aborda os procedimentos de remoção de detentos e avaliação, além de orientações gerais em relação ao novo coronavírus.
