Curitiba - Quando a eternidade senta à mesa, o Natal se revela como um sopro que atravessa o tempo e nos envolve em silêncio e luz. Mais do que uma data marcada no calendário, ele se apresenta como um batismo transcendente que nos desperta para o que realmente importa: a presença do amor que se renova e insiste em permanecer. Quando abrimos a alma, permitimos que essa essência não seja visita breve, mas morada constante e permanente, aquecendo cada gesto, cada palavra, cada olhar que oferecemos ao mundo.

A mesa como símbolo de pertencimento
Sentar-se à mesa posta, reunir a família, registrar um instante em fotografia, tudo isso pode ser belo, mas é apenas superfície se não houver pertencimento. Em tempos em que tantos valores familiares se fragilizam e tentam nos convencer de que seus vínculos podem ser descartáveis, o Natal nos chama a enxergar no outro um reflexo da própria humanidade. Ele nos lembra que nenhuma busca por felicidade individual deveria apagar a importância das relações que nos sustentam.
Os simbólicos assados de Natal e o valor do encontro
Nesse cenário, até os simbólicos assados, que pode ser um sofisticado Peru ou uma simples abobrinha ou bolachas coloridas, tornam-se convite para reconstruir o valor do encontro. Eles representam o gesto ancestral de partilhar, de acolher, de reconhecer no convívio um espaço sagrado de presença. E isso vale para todos os encontros, não apenas os de dezembro: cada reunião pode reacender a chama silenciosa da esperança.
O espírito que transforma o cotidiano
O brilho das estrelas, o canto dos sinos e o perfume das velas nos recordam que a vida pode ser celebração contínua, desde que cultivemos a paz e a esperança. Quando o espírito natalino se instala em nós, transforma o cotidiano em poesia e cada encontro em revelação. Assim, o Natal deixa de ser instante e se torna caminho: um modo de caminhar pelo mundo com ternura, consciência e luz.