Sem citar o governo do Paraná, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), financiador e detentor dos direitos comerciais da vacina contra covid-19 Sputnik V, anunciou nesta quarta-feira (13) que pretende solicitar ainda esta semana autorização para uso emergencial do produto no Brasil junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O RDIF anunciou uma parceria com o laboratório brasileiro União Química para o fornecimento de 10 milhões de doses da Sputnik V. De acordo com o comunicado, as doses serão entregues no primeiro trimestre de 2021, com início já em janeiro.
Segundo o acordo, a RDIF deve facilitar a transferência de tecnologia e fornecer biomateriais para o começo da produção no País. A Sputnik V já foi aprovada em emergência por Argentina, Bolívia Argélia, Sérvia e Palestina.
Segundo o anúncio, funcionários brasileiros da Embaixada na Rússia já estão sendo vacinados. Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, e Fernando De Castro Marques, presidente da União Química, debateram a possibilidade de propor aos outros países membros do Brics (Índia, China e África do Sul) a criação de uma força-tarefa para combater a covid-19 e pela cooperação na obtenção de imunizantes.
“Nossos parceiros da União Química foram um dos primeiros no mundo a se interessar pela vacina russa Sputnik V. Do nosso lado estamos prontos para uma cooperação em larga escala no abastecimento e na produção para iniciar a vacinação da população do Brasil o mais rápido possível”, afirmou Dmitriev.
Uma delegação da União Química deve visitar as linhas de produção do Sputnik V na Rússia. O imunizante, que custa dez dólares por injeção, tem uma eficácia acima de 90% em casos graves da covid-19 e pode ser armazenado entre 2ºC a 8ºC, temperaturas de geladeiras convencionais.
Paraná
Em agosto de 2020, o governo do Paraná anunciou um acordo para testar e produzir a vacina Sputnik V. Segundo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPar), os dados seriam enviados à Anvisa em setembro e os testes no estado começariam em outubro. Mas nenhuma etapa saiu do papel.
Em dezembro do ano passado, em uma entrevista para o UOL, o Tecpar informou que o fundo de investimento russo alterou o projeto negociado com o Brasil, mas não detalhou o que impediu o avanço da parceria. O instituto declarou que aguarda uma definição da Rússia.
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