O chef e apresentador Edu Guedes, de 51 anos, tornou público um diagnóstico que surpreendeu o Brasil: um tumor no pâncreas, descoberto durante exames realizados no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após uma crise renal. O marido de Ana Hickmann passou por uma cirurgia e o tumor foi removido. Agora, o apresentador está em recuperação e segue sob cuidados especializados.

A notícia do diagnóstico causou comoção e gerou uma onda de mensagens de apoio e desejos de pronta recuperação. O câncer de pâncreas é um dos mais agressivos e de difícil diagnóstico precoce, já que os sintomas iniciais costumam ser silenciosos.
Dores abdominais, perda de peso sem explicação e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) estão entre os sinais que não devem ser ignorados.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pâncreas deve registrar 10.980 novos casos por ano no Brasil. Trata-se de uma neoplasia altamente agressiva e de difícil detecção precoce. Isso porque, nos estágios iniciais, os sintomas costumam ser inespecíficos, como dor abdominal difusa, perda de peso e cansaço. Muitas vezes, o diagnóstico só ocorre em estágios mais avançados.
No Brasil, o câncer de pâncreas representa aproximadamente 2% de todos os diagnósticos oncológicos, mas é responsável por cerca de 4% das mortes causadas pela doença. Ele costuma atingir, com mais frequência, homens com mais de 60 anos.
Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, histórico familiar, pancreatite crônica, obesidade e diabetes tipo 2.
Crise renal e câncer de pâncreas: existe relação?
Conforme o Dr. Cristiano Ontivero, cirurgião oncológico do Instituto de Oncologia do Paraná, uma crise renal não costuma estar associada ao câncer de pâncreas. No entanto, quadros infecciosos e dores agudas frequentemente levam o paciente ao pronto-atendimento, onde exames de imagem mais completos acabam revelando alterações que, de outra forma, passariam despercebidas.
Essa descoberta acidental é chamada de ‘achado incidental’ na medicina e, embora incomum, pode ser decisiva para o sucesso do tratamento. Quanto mais cedo o tumor é identificado, maiores são as chances de abordagem cirúrgica eficaz e melhores os desfechos clínicos’, disse Dr. Cristiano Ontivero, sobre o caso do Edu Guedes.
Edu Guedes e o câncer de pâncreas: diagnóstico precoce e intervenção cirúrgica
Apesar de apenas cerca de 10% dos tumores pancreáticos serem diagnosticados em fase inicial, quando há possibilidade de cirurgia curativa, a detecção precoce faz a diferença segudn o médico.
A cirurgia continua sendo o principal recurso curativo, especialmente quando combinada a tratamentos complementares como quimioterapia ou radioterapia, dependendo do tipo e estágio do tumor.
“Em oncologia, cada minuto importa, e a oportunidade de diagnóstico precoce pode surgir onde menos se espera”,
declara Ontivero.
Em casos selecionados de câncer de pâncreas, a cirurgia robótica pode ser uma importante aliada. Com alta precisão, menor sangramento e recuperação mais rápida, essa tecnologia permite ao cirurgião oncológico realizar movimentos milimétricos em regiões anatômicas delicadas, como o pâncreas, que está cercado por vasos e órgãos vitais.
O episódio vivido por Edu Guedes reforça a importância da escuta ao corpo, da realização de exames regulares e da atuação multidisciplinar. Crises agudas, mesmo que pareçam isoladas, devem sempre ser avaliadas com profundidade.
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