Nesta quarta-feira (27), o Cidade Alerta Londrina, no norte do Paraná, exibe o terceiro e último episódio da série sobre suicídio, contando a história do humorista Evandro Santo. Em entrevista à RICtv, Evandro relembra os estágios de depressão que já enfrentou e o vício nas drogas.
“Eu tive estágios de depressão durante muito tempo da minha vida, mas como eu sou muito extrovertido, e a gente pensa em depressão só quando a pessoa tá retraída, isolada ou sem se comunicar com as pessoas, dá essa impressão de que pessoas alegres ou extrovertidas não estão em depressão, e muitas estão. A gente chama de estado de hipomania, que a pessoa sente vem em um crescente de uma alegria praticamente histérica e para virar a chave de uma depressão são dois minutos. Então, em muitos momentos da minha vida que eu deveria ter vivido o luto, eu deveria ter vivido essa dor eu abafei com alegria, com piada […] eu não olhei para as minhas dores ou os meus traumas ou algumas coisas que aconteceram. Usando drogas ou não, eu comecei a usar muito, uma hora a vida ia me cobrar esses não lutos que eu fiz.”
conta Evandro.
Esses momentos de dores e lutos não vividos, associados às drogas e à depressão, levaram ele a tentar tirar a própria vida, em 2018, pouco antes de entrar no reality show “A Fazenda”, da Record TV.
“Antes de entrar na Fazenda eu tentei me matar. Em 2018, em julho, eu cortei os pulsos, foi a primeira e única vez que eu tentei me matar. Eu estava completamente chapado e mandei ver, cortei os braços na vertical, fui para debaixo da água quente para sangrar e morrer logo. Passou meia hora, perdi muito sangue e nada acontecia, meti uma cartela de Lorax e Rivotril e depois acordei desse jeito que você tá vendo agora. Foi aí que eu entendi que a morte não me queria e eu deveria ter alguma coisa para fazer nesse mundo, mas eu ainda não sabia o que era.”
relembra o humorista.
Conforme apurado pela equipe RICtv, cerca de 5% a 10% das pessoas dependentes de álcool terminam suas vidas pelo suicídio.
Procurando ajuda
Vendo que precisava mudar, Evandro decidiu procurar ajuda e se internar em uma clínica de reabilitação: “Eu estava doido. Estava completamente chapado na primeira vez que pedi ajuda. Eu deixei umas 20 mensagens no celular do Moreira, que é o dono da clínica onde eu estou, que sou voluntário […] foi quando eu tive a coragem de pedir ajuda.”
“Quanto mais a gente falar mais a gente consegue evitar porque, ao contrário do que as pessoas pensam, 90% dos suicídios podem ser evitados. Se a gente falar de suicídio e se alguém estiver ouvindo e poder compreender e poder estar perto dessa pessoas, nesses 15 minutos de desespero, uma vida salva.” Brizola.
destaca a psicóloga Marciana